Lição 03: VENCENDO OS MECANISMOS DE DEFESA DA VELHA
NATUREZA.
18 de outubro de 2020
Texto Áureo:
"Porque a
inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e
paz." Romanos 8.6
Verdade Aplicada:
Aquele que nasceu de novo e anda em Espírito não mais
vive dominado pelas inclinações da velha natureza.
Objetivos da Lição:
Apontar os
mecanismos de defesa existentes.
Tratar sobre a
ira e o perigo do autoengano.
Explicar como a
graça divina atua.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA:
EFÉSIOS
4
22. Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do
velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano,
23. e vos renoveis no espirito do vosso entendimento,
24. E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é
criado em verdadeira justiça e santidade.
31. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e
blasfêmia, e toda malícia sejam tiradas de entre vós.
32. Antes, sede
uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus vos perdoou em Cristo.
Introdução:
A presente
lição tratará dos mecanismos de defesa da velha natureza, citando os principais
tipos. Em contrapartida, apontará a vacina da graça para tratar e vencer a
velha natureza.
1️ - AS DEFESAS DA VELHA NATUREZA:
Para não ter
que enfrentar a verdade, a natureza caída constrói mecanismos de defesa para se
proteger contra a ansiedade e o medo. Isso não muda a realidade das coisas,
apenas modifica o modo de olhar os fatos. Tentando nos proteger, enganamos a
nós mesmos a fim de que não tenhamos que mudar. Mas uma nova vida com Deus
exige transformação.
1.1. Alguns mecanismos de defesa:
O homem, ao trocar a verdade de Deus pelas mentiras de
Satanás, foi tomado por um espírito de mentira, que precisa ser vencido pela
verdade de Deus [1Jo 1.5-10; 2.4]. A natureza velha se autodefende criando
meios para permanecer dominando o ser humano e impedi-lo de viver em novidade
de vida. A velha natureza se defende dos julgamentos com a mesma energia que
lutamos para nos defender contra a fome, contra o frio ou contra animais
ferozes, porque é uma ameaça mortal. Ou seja, esta velha natureza que persiste
em permanecer agindo em nós não quer ser confrontada pelo Espírito
Santo.
1.2. Negação e mentira:
O caso de
Ananias e Safira ilustra a gravidade de negar um fato para esconder um certo
lucro. Eles mentiram aos apóstolos, uma ação proposital e pensada, na tentativa
de evidenciar uma falsa generosidade. O apóstolo Pedro declarou: “Não mentiste
aos homens, mas a Deus”. Por esta razão, Deus eliminou os dois [At 5.1-10].
Anos mais tarde, o apóstolo Paulo aconselhou aos cristãos: “Não mintais uns aos
outros” [Cl 3.9]. Essa advertência é particularmente vital na convivência
cristã. Jesus disse que Seus discípulos seriam reconhecidos como tais, em
amarem uns aos outros [Jo 13.34-35].
1.3.
Camuflagem
Esta técnica é
desenvolvida por diversos animais como um instinto de sobrevivência, o que
possibilita muitas vezes escapar do predador. No ser humano, a irritação pode
estar sendo usada como uma camuflagem. A velha natureza utiliza esta defesa
para impedir que os seus erros e defeitos sejam confrontados, pois constrói
muralhas em volta dos sentimentos para que ninguém descubra o que está sendo
motivado por aquilo que está dentro de nós. Então se veste de uma roupagem que
convém ao momento, para passar uma imagem daquilo que não é, onde aparentemente
mostra que está tudo bem.
2️ - A IRA:
A ira é um
problema universal, dominante em todas as culturas, experimentado por todas as
gerações. Ninguém está isolado de sua presença ou imune ao seu veneno. Ela
permeia cada pessoa e arruína nossos relacionamentos mais íntimos. A ira é um
fio sempre presente no tecido de nossa humanidade caída. Tristemente, isso é
verdade mesmo em nossas igrejas e lares cristãos.
2.1. A ira da velha natureza precisa ser
contida:
O cristão não está isento da ira. Suas palavras e
gestos a revelam. Ele luta com o remanescente interior da ira, buscando cumprir
a ordem apresentada em 1Pedro 2.11: “Amados, peço-vos... que vos abstenhais das
concupiscências carnais que combatem contra a alma”; e atendendo ao chamado de
Efésios 4.31: “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia, e toda
malícia sejam tiradas de entre vós”. O cristão luta contra a ira diariamente. A
Palavra de Deus descreve graficamente as muitas formas da ira, adverte-nos
contra a ira pecaminosa e prescreve maneiras de não sermos dominados ou
pecarmos por causa da ira.
2.2. O perigo do autoengano:
Embora nossa
tendência seja presumir o melhor a nosso próprio respeito, a Bíblia com
frequência nos adverte contra o perigo do autoengano. Nossa tendência é ocultar
nossos pecados, dando sempre uma “mão de cal” espiritual. Pintamos nossa ira
como algo puro, mas a Palavra de Deus é bem mais realista: “Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? ” [Jr
17.9]; “...quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se
corrompe pelas concupiscências do engano” [Ef 4.22]. Esta simples advertência
deveria colorir qualquer consideração quanto à “justiça” de nossa ira.
Precisamos abordar esta questão com uma consciência bem aguda desse perigo. O
profeta Jonas oferece um caso clássico de autoengano. O texto de Jonas 4
registra que ele ficou profundamente descontente e enfureceu-se sem nenhuma
justificativa para isso. Jonas não tinha argumentos que justificassem sua ira.
2.3
considerando a causa da ira:
O apóstolo lida
com a ira pecaminosa em Tiago 4.1-2: “De onde vêm as guerras e pelejas entre
vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos
membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes, sois invejosos e cobiçosos, e não
podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.”.
Tiago acusa seus leitores cristãos de exibirem várias formas de frutos da ira.
Ele fala de matar, cobiçar, guerrear e lutar. Embora a referência a matar possa
indicar homicídio, mais provavelmente alude à definição feita por nosso Senhor,
no Sermão do Monte, da ira com o equivalente moral do assassinato [Mt 5.21-22;
1Jo 3.15]. Tiago relata com tristeza que tudo isso ocorre dentro do Corpo de
Cristo, a Igreja!
3 - A
GRAÇA DE DEUS E A VELHA NATUREZA:
Neste tópico, veremos como Deus manifesta a Sua graça
e nos torna participantes da natureza divina [2Pe 1.4], sendo possível, assim,
não sermos dominados por nossos desejos pecaminosos. Graças a Deus, Tiago 4 faz
mais do que diagnosticar desejos pecaminosos. A Palavra de Deus oferece
esperança e ajuda [Tg 4.6].
3.1. A vacina da graça:
Note que a resposta de Deus não vem de um conjunto de
ações ou dicas de autoajuda. A resposta de Tiago para corações duros não é do
tipo “como fazer”, mas, sim, “a quem recorrer”. Precisamos recorrer à graça de
Deus que nos capacita a lidar com o conflito interpessoal. Ele concede graça sobre
graça. Aleluia!
3.2. Precisamos permitir ser vacinados:
Como deveríamos
responder a essa gloriosa oferta de graça que Deus faz? Tiago usa no capítulo 4
uma variedade de metáforas para chamar a um completo arrependimento no coração.
Nos versículos 4 e 5, Deus nos chama a abandonarmos os amantes da velha
natureza: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é
inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O
Espírito que em nós habita tem ciúmes? ”. Tiago evoca a imagem do Antigo
Testamento do adultério espiritual para não atendermos às inclinações da velha
natureza. Embora os falsos encantos do mundo não possam causar o pecado, eles
podem moldar e estimular nossos desejos.
3.3. A velha natureza é vencida
Levítico 19.18
traduz um único verbo hebraico que significa “abrigar” ou “estocar”. Pessoas
que guardam rancor mantêm o ofensor e sua -ofensa constantemente diante de seus
olhos, sempre vivos em seu coração. É precisamente o contrário da maneira com
que Deus trata a nós, o seu povo. O mesmo verbo o descreve: “Não repreenderá
perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. ” [Sl 103.9]. Por isso, é
necessária a prática do amor, perdão e reconhecimento de que necessitamos da
graça de Deus para vencer todos os efeitos da velha natureza.
CONCLUSÃO:
Os mecanismos
de defesa da velha natureza perderão sua resistência a partir de uma atitude
genuína de arrependimento, reconhecimento de mudança, confissão, abandono das
obras do velho homem e da prática constante de subjugar as obras da carne, e
viver a Lei do Espírito e vida.
✏️
Fonte: Revista Betel
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