Lição 01 – Vale e Deserto: Lugares de Propósitos Desafios e Vitórias
TEXTO ÁUREO
“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum,
porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” Salmo 23.4
INTRODUÇAO
Como cristãos devemos esperar o melhor, mas também estarmos
preparados para o dia mau. Vivemos em um mundo caído. A vida tem momentos bons,
mas também tem seus vales e desertos. E preciso estar preparado para esses
dias.
Ao enfrentar situações adversas tenhamos a certeza que Deus
esta no controle e sabe muito bem usar essas situações para o nosso bem.
O oleiro divino sabe manusear o barro e dele fazer um vaso
para honra.
As adversidades não apenas nos provam, mas aprovam.
Em meio à circunstancias adversas da vida mantenha a fé e o
animo.
OS PROPOSITOS DA PROVAÇÃO
Todos nós encaramos momentos difíceis ao longo da vida. No
entanto, é preciso estar sensível, espiritualmente falando, ao propósito de
Deus em nos proporcionar esses momentos de provação.
Em meio a uma provação, a pergunta que devemos fazer e : Que objetivo Deus tem com essa situação?
E preciso distinguir Provação e tentação.
A provação visa nosso aperfeiçoamento e crescimento,
já a tentação visa a
nossa derrota.
1.1. Um lugar de provação.
Segundo o dicionário,
vale é uma extensão longa e baixa de terra que fica entre colinas ou montanhas.
Em diversos textos bíblicos, a expressão vale indica provações, situações de
conflito, lugar de dificuldades, entre outros.
Vale também aponta para depressão. Quantas vezes não ficamos
deprimidos, desanimados ao passarmos pelas adversidades da vida.
O profeta Ezequiel
vivenciou literalmente a dinâmica do ‘vale’. O profeta foi deportado para a
Babilônia [2Rs 24.10-16], sofreu a perda trágica de sua esposa e não pôde
vivenciar o luto [Ez 24.15-17]. Com isso o profeta perdeu seus bens mais
valiosos, foi desterrado, ficou viúvo, viu sua nação se deteriorando .
Deus conhece a nossa
estrutura e não nos provará além das nossas forças [1Co 10.13]. O vale é um
lugar onde estamos a sós com Deus, mais quebrantados, contritos e sensíveis à
Palavra de Deus. É no vale que Deus se revela e nos mostra quem somos, como
estamos e trabalha em nós o que precisa ser trabalhado.
1.2. Um lugar de fé.
Ao conduzir Ezequiel ao vale de ossos secos, Deus estava
exercitando a fé do profeta. A experiência do cativeiro foi um golpe aterrador
tanto para a nação, quanto para o homem de Deus. Mesmo que o vale de ossos
secos não fosse algo literal, mas, sim, uma visão sobrenatural, ele expressava
a trágica situação espiritual do povo. No entanto, Deus faz o impossível e
mostra o Seu poder para mudar a triste realidade e, assim, reavivar a esperança
da nação. Na boca do profeta não poderia haver incredulidade, murmuração ou
tristeza, mas, sim, a fé na ação poderosa do Espírito de Deus [Ez 37.3-5].
O profeta é desafiado a ter fé para, então, profetizar.
Portanto, ter fé deve resultar em atitude de fé, pois a fé sem obras é morta
[Tg 2.26]. Ezequiel creu, profetizou conforme a ordem do Senhor e o resultado
foi poderoso [Ez 37.7-10]. Não podemos passar a vida inteira proclamando aos
céus as impossibilidades da terra. Devemos, sim, proclamar na terra a realidade
dos céus. Nada é impossível para Deus [Lc 1.37]. Tudo o que temos a fazer é
crer no Seu agir [Hb 11.6].
Ao levar o profeta Ezequiel ao vale, o Senhor lhe mostrou
que é possível transformar coisas que aparentemente não possuem a menor chance
de recuperação. De início, o vale é um lugar assustador, porém, o Senhor sempre
se revela e nos mostra algo superior, mais valioso e mais duradouro [1Pe 1.7].
1.3. Um lugar de transformação.
Deus mostrou ao profeta Ezequiel Seu poder para transformar
e mudar toda e qualquer circunstância. O que era um vale de ossos secos,
tornou-se em um exército grande em extremo [Ez 37.10]. Outro personagem que
passa pelo “vale” e foi transformado é o patriarca Jacó, quando de sua experiência
com Deus na passagem do Jaboque.
Foi tão impactante que teve seu nome mudado de Jacó
(usurpador), para Israel [Gn 32.22-30]. O vale é um lugar de encontro com Deus.
Quando vivenciamos este encontro, então somos transformados. Nossa vida
espiritual está marcada por esse encontro, o encontro com o Jesus Cristo
ressuscitado. Nossa transformação está pautada nesse encontro real com o Cristo
vivo.
Ao nos sentirmos fracos, busquemos o poder do Espirito
Santo. Ele nos fortalece e nos faz poderosos soldados de Cristo.
2- Os Desafios do Vale e Deserto
Não é fácil passar por momentos difíceis. No entanto, os
vales e desertos têm lições espirituais profundas, que são capazes de mudar
para sempre nossas vidas.
2.1. Um lugar de providência.
Isaque é um personagem bíblico que se destaca por sua fé,
perseverança e obediência a Deus. Quando o Senhor lhe apareceu, havia fome na
terra e muita escassez [Gn 26.1-6].
Deus lhe fez uma
grande promessa, Isaque seguiu Seus preceitos e prosperou. Ele se tornou muito
rico.
Por ser o único que
prosperava em uma terra de fome, foi invejado por todos, inclusive, pelo rei
Abimeleque [Gn 26.12-16]. Obrigado a sair do local, Isaque foi para o vale de
Gerar. No entanto, foi no vale que ele cavou e encontrou um poço de águas
vivas. Mesmo estando no vale, o Senhor Deus o abençoou [Gn 26.17-18]. É preciso
entender que os desafios do vale não nos impedem de desfrutar da providência de
Deus.
Mesmo na crise podemos prosperar.
Mesmo que entulhem nossos poços não desanimemos, chegara o
tempo da benção.
2.2. Um lugar de provisão.
Outro personagem
bíblico que merece destaque é Agar. Por pensar que o Senhor a tinha impedido de
gerar, Sara, mulher de Abraão, fez uma proposta ao seu marido: deitar-se com
Agar, sua criada egípcia, e gerar um filho [Gn 16.1-3]. Quando soube que estava
grávida, Agar começou a fazer pouco caso da sua senhora. Com o nascimento de
Ismael e o passar dos anos, a convivência com Sara se tornou insuportável.
Assim, Abraão a despediu, para que andasse errante pelo deserto [Gn 21.14]. No
entanto, no deserto, Deus abriu os olhos de Agar para ver um poço. Ela tinha em
mãos apenas um odre vazio, mas Deus lhe fez ver um poço, algo além do que
necessitava. No deserto existem poços. Que Deus abra os nossos olhos para ver a
Sua provisão [Gn 21.15-19].
Apesar de o deserto ser tido como um lugar de morte, quando
estamos sob os cuidados do Senhor seremos preservados e receberemos promessas.
2.3. Um lugar de passagem.
O salmo 84 nos ensina
que aquele que busca forças em Deus, e nEle confia de todo o coração, ao passar
pelo vale, faz dele uma fonte [Sl 84.5-6]. Os vales existem e é preciso
compreender que ninguém está isento de passar pelo vale. No entanto, o salmista
afirma que o vale é lugar de passagem, não de morte ou estagnação. A nossa
segurança de que não ficaremos no vale está em Deus. Ele prometeu estar conosco
sempre [Mt 28.20], seja qual for a circunstância [Is 43.2]. Ainda que andemos
pelo vale da sombra da morte, não temeremos mal algum, pois Ele está conosco
[Sl 23.4], caminhando do nosso lado e nos dando segurança.
O vale de Baca era um lugar árido, seco e em certos períodos
do ano havia chuvas que inundavam o vale. Isso nos mostra que mesmo em tempos
de seca, Deus pode mandar chuvas de bênçãos sobre os seus.
3- As Vitórias no Vale e Deserto
Os vales e desertos da vida são oportunidades que temos de
buscar e adorar a Deus, de se autoconhecer e de sermos forjados para batalhas
maiores.
3.1. Um lugar de
buscar e adorar a Deus.
Josafá, rei de Judá,
certo dia, recebeu um aviso: uma grande multidão resolveu vir à peleja contra
ele [2Cr 20.1-2]. Para ele, era impossível a vitória. Temendo, buscou ao Senhor
e decretou um jejum nacional [2Cr 20.3-13]. Então, Deus levantou um profeta no
meio da congregação, dizendo que não temessem porque Deus pelejaria por eles
[2Cr 20.14-17]. Ao ouvir a voz de Deus, o povo O adorou. Josafá creu no Senhor
e colocou cantores, que marchavam à frente do exército, adorando a Deus.
Enquanto louvavam ao Senhor, Deus entrou em ação, pois os inimigos mataram-se
uns aos outros. A vitória e os despojos foram tão grandes que o local onde eles
se reuniram para louvar ao Senhor se chamou Vale de Beraca – Vale da Bênção
[2Cr 20.18-30].
Deus se agrada de atitudes de fé e adoração. Tais atitudes
são os ingredientes para o milagre.
Na crise você escolhe entre murmurar ou adorar.
3.2. Um lugar de autoconhecimento.
O texto de Deuteronômio 8.2 nos ensina o motivo pelo qual
Deus nos conduz até os vales e desertos da vida: “para saber o que estava no
teu coração”. Será que Deus não sabe o que há em nossos corações? Sim, Ele
sabe, mas nós não. Os momentos difíceis são uma oportunidade de fazermos um
autoexame e de reconhecer o que está errado em nossas vidas [Sl 51.3-7]. Ao fazer
essa autoanálise, é possível que tenhamos que confessar a Deus pecados e falhas
e Ele, com muito zelo, nos cura, purifica e nos faz seguir adiante [1Jo 1.9].
A provação e o deserto são para que nos conheçamos.
Pedro em sua presunção afirmou que até morreria com Jesus se
fosse preciso. Bastou uma serva para assusta-lo. Pedro então percebeu quem
realmente era.
3.3. Um lugar de forjar servos.
Antes de enfrentar
Golias e se tornar um herói nacional, Davi era um moço inexperiente na guerra e
desconhecido de todos [1Sm 17.33]. No entanto, Davi era um jovem de grande
força e coragem, pois havia lutado, e matado, um leão e um urso [1Sm 17.34-36];
confiava integralmente no poder de Deus [1Sm 17.37]; e sabia que Deus que lhe
daria vitória, pois a afronta de Golias não tinha sido contra ele ou a nação,
mas contra o Deus vivo [1Sm 17.37, 45-47].
Os dias de anonimato e preparo não são tempo perdido. As
ovelhas, o urso e o leão ajudaram na promoção de Davi.
CONCLUSÃO
Os momentos difíceis de nossas vidas não devem ser encarados
com pessimismo. Deus sempre se manifesta e tem algo a nos revelar em cada um
deles. Para entender os propósitos, viver os desafios e alcançar as vitórias no
vale e deserto, é preciso estar sensível à voz do Espírito Santo de Deus.
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