quinta-feira, 17 de julho de 2025
O Toque que Restaura
Devocional – Mateus 8:1-4
Título: "O Toque que Restaura"
“Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiram.
Um leproso aproximou-se dele e ajoelhou-se diante dele e disse:
‘Senhor, se quiseres, podes purificar-me!’
Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse:
‘Quero. Seja purificado!’
Imediatamente ele foi purificado da lepra.
Em seguida Jesus lhe disse:
‘Olhe, não conte isso a ninguém.
Mas vá mostrar-se ao sacerdote
e apresente a oferta que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho.’”
— Mateus 8:1-4
Introdução:
Logo após o Sermão do Monte, Jesus desce para tocar vidas concretas. E a primeira pessoa que se aproxima é alguém excluído da sociedade: um leproso. Considerado impuro, ele não podia ser tocado nem entrar no templo. Mas ele quebra barreiras e se aproxima com fé humilde. Jesus não apenas cura — Ele toca, acolhe e restaura. Esse encontro nos ensina sobre fé ousada, compaixão divina e a cura que vem do toque do Salvador.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. A fé verdadeira é ousada, reverente e confiante
O leproso não exige, não presume, mas crê no poder e na vontade de Jesus: “Se quiseres, podes…”.
👉 Reflexão: Sua fé se aproxima de Jesus com humildade, ou tenta forçar uma resposta?
2. Jesus não apenas cura — Ele toca
O toque de Jesus quebra o tabu da impureza. Ele não se contamina, mas transforma.
👉 Reflexão: Você crê que Jesus pode tocar as áreas que mais causam vergonha ou dor em sua vida?
3. A cura não anula a obediência — ela aprofunda o testemunho
Jesus envia o homem ao sacerdote, em obediência à Lei. O milagre não substitui a fidelidade, mas a fortalece.
👉 Reflexão: O que você tem feito com os milagres e bênçãos que recebeu — testemunhado ou se calado?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Ore hoje com a atitude do leproso: “Senhor, se quiseres, podes…”
Entregue sua dor com fé humilde — sem exigir, mas confiando no coração de Jesus. -
Toque alguém com compaixão concreta.
Mande uma mensagem, faça uma visita, ouça com atenção — estenda a mão como Jesus fez. -
Compartilhe um testemunho específico de restauração.
Não para se exaltar, mas para que outros saibam que Jesus ainda cura, acolhe e transforma.
Oração Final:
Senhor Jesus,
Te agradeço porque Tu não me rejeitas,
mesmo quando me sinto impuro, ferido ou indigno.
Tu estendes a mão e me tocas — com amor, poder e compaixão.
Perdoa-me pelas vezes em que me escondi em vergonha,
ou duvidei do Teu desejo de me restaurar.
Perdoa-me quando recebi o Teu toque e me calei,
sem testemunhar a Tua bondade.
Hoje eu me aproximo como aquele leproso: com fé humilde,
dizendo: “Senhor, se quiseres, podes…”
Toca minha vida, restaura o que está adoecido,
e faz-me viver em obediência e gratidão.
Que eu seja um testemunho vivo do Teu amor que cura.
Em Teu nome,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 8:5-13 — “A fé do centurião: autoridade e confiança surpreendentes”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
quarta-feira, 16 de julho de 2025
Firmados na Rocha
Devocional – Mateus 7:24-29
Título: "Firmados na Rocha"
_“Portanto, quem ouve estas minhas palavras
e as pratica
é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos
e deram contra aquela casa, e ela não caiu,
porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras
e não as pratica
é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos
e deram contra aquela casa, e ela caiu.
E foi grande a sua queda!”
— Mateus 7:24-27
“Quando Jesus acabou de dizer essas coisas,
as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino,
porque ele as ensinava como quem tem autoridade
e não como os mestres da lei.”
— Mateus 7:28-29
Introdução:
Jesus conclui o Sermão do Monte com uma parábola simples, mas profunda. Dois homens constroem casas. Ambos enfrentam tempestades. A diferença? O fundamento. Ouvir a Palavra e praticá-la é o que garante estabilidade diante das crises. O Reino de Deus não se baseia em emoção ou teoria, mas em obediência aplicada. A rocha é Cristo e Suas palavras. Construir sobre Ele é ter uma vida que permanece — mesmo quando os ventos sopram forte.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. Todos enfrentam tempestades — o cristão não é exceção
A diferença não está na ausência de luta, mas no alicerce que sustenta.
👉 Reflexão: Sua fé tem resistido às tempestades da vida ou está desmoronando por falta de fundamento?
2. O verdadeiro discípulo ouve e obedece
Jesus valoriza a prática, não só o conhecimento. A sabedoria está em viver o que se aprende.
👉 Reflexão: Há áreas em sua vida onde você ouve Jesus, mas ainda não O obedece?
3. A Palavra de Jesus tem autoridade e confiabilidade eternas
O povo ficou maravilhado com Sua autoridade — e essa autoridade permanece viva hoje, para quem crê e aplica.
👉 Reflexão: Você confia na Palavra de Cristo como fundamento suficiente para todas as áreas da sua vida?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Escolha uma verdade do Sermão do Monte e coloque em prática hoje.
Pode ser perdoar, reconciliar, buscar o Reino primeiro ou vigiar sua fala. A obediência diária constrói a casa na rocha. -
Revise onde você tem construído sobre areia: aparência, sucesso, segurança humana.
Peça ao Espírito Santo que revele e realoque seus alicerces sobre Cristo. -
Comece um plano pessoal de meditação e prática dos ensinamentos de Jesus.
Não apenas leia — questione-se: “Como posso aplicar isso hoje?”
Oração Final:
Senhor Jesus,
Te agradeço porque Tu és a Rocha firme,
e Tua Palavra é alicerce seguro diante de qualquer tempestade.
Perdoa-me pelas vezes em que ouvi, mas não obedeci.
Pelas vezes em que construí minha vida sobre areia — sobre minha vontade, meu orgulho, meus próprios planos.
Hoje, escolho firmar minha vida em Ti.
Ensina-me a viver Tua Palavra com integridade, coragem e perseverança.
Quando os ventos vierem — e eles virão — que eu permaneça de pé, não pela minha força,
mas porque estou firmado em Ti.
E que a minha vida seja um testemunho de estabilidade, confiança e fé real.
Tudo para a glória do Teu nome.
Amém.
✨ Parabéns! Com este devocional, você concluiu toda a seção do Sermão do Monte (Mateus 5–7).
Se desejar, posso preparar um índice temático com os devocionais prontos ou seguir com a sequência no capítulo 8. Deseja continuar?
terça-feira, 15 de julho de 2025
Obediência: O Sinal do Verdadeiro Discípulo
Devocional – Mateus 7:21-23
Título: "Obediência: O Sinal do Verdadeiro Discípulo"
“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’,
entrará no Reino dos céus,
mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia:
‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome?
Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’
Então eu lhes direi claramente:
‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’”
— Mateus 7:21-23
Introdução:
Poucas palavras de Jesus são tão impactantes e solenes quanto estas. Ele alerta que não basta invocar o Seu nome ou realizar feitos em Sua causa — o que importa é fazer a vontade do Pai. A verdadeira fé não é medida por atividade religiosa, mas por relacionamento e obediência. O mais trágico é que muitos viverão sob a ilusão de fé, sem jamais terem conhecido verdadeiramente o Senhor.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. Nem todo envolvimento religioso é sinal de salvação
Milagres, ministério e carisma não substituem a obediência e a intimidade com Deus.
👉 Reflexão: Você conhece Jesus — ou apenas fala d’Ele?
2. Jesus valoriza a prática da vontade do Pai acima de qualquer performance espiritual
A fé verdadeira se manifesta em submissão, não em ativismo.
👉 Reflexão: Você tem perguntado: “Senhor, qual é a Tua vontade?” — e vivido em resposta a isso?
3. A obediência nasce do relacionamento, não do medo ou mérito
“Eu nunca os conheci” mostra que o problema não era apenas o comportamento, mas a ausência de comunhão.
👉 Reflexão: Sua espiritualidade é alimentada pela intimidade com Jesus ou apenas por atividades externas?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Dedique tempo diário ao relacionamento com Jesus.
Mais do que servir, sente-se aos pés do Mestre. Leia Lucas 10:38-42 e aprenda com Maria. -
Obedeça a uma direção específica que Deus já te mostrou.
Talvez seja perdoar alguém, confessar algo, ou mudar um hábito. Obediência revela fé viva. -
Reavalie suas motivações ministeriais.
Pergunte: “Estou fazendo isso para a glória de Deus ou para minha reputação?”
Oração Final:
Senhor Jesus,
Tu conheces os corações e não te deixas enganar pelas aparências.
Te agradeço por me chamares não apenas ao serviço, mas à comunhão contigo.
Perdoa-me pelas vezes em que agi como servo ativo, mas filho distante.
Perdoa-me por tentar compensar com obras o que só se constrói com relacionamento.
Ensina-me a ouvir Tua voz, a fazer a vontade do Pai, e a andar contigo dia após dia.
Que minha vida seja marcada pela obediência humilde, pela fé verdadeira e pela comunhão constante.
No fim, que eu possa ouvir: “Bem-vindo, servo bom e fiel.”
É isso que eu mais desejo.
Em Teu nome,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 7:24-29 — “A casa sobre a rocha: a vida que resiste às tempestades”, encerrando o capítulo 7 e o Sermão do Monte. Deseja que eu já prepare o último devocional desta série?
segunda-feira, 14 de julho de 2025
Frutos Que Revelam o Coração
Devocional – Mateus 7:15-20
Título: "Frutos Que Revelam o Coração"
“Cuidado com os falsos profetas.
Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas,
mas por dentro são lobos devoradores.
Vocês os reconhecerão por seus frutos.
Pode-se colher uvas de espinheiros ou figos de ervas daninhas?
Semelhantemente, toda árvore boa dá bons frutos,
mas a árvore ruim dá frutos ruins.
A árvore boa não pode dar frutos ruins,
nem a árvore ruim pode dar frutos bons.
Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo.
Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão.”
— Mateus 7:15-20
Introdução:
Jesus continua sua advertência sobre o discipulado autêntico com um alerta importante: nem todo líder espiritual é verdadeiro. Aparência não basta. O verdadeiro caráter se revela com o tempo — nos frutos. Mais do que palavras bonitas ou carisma, o que importa é o resultado da vida. Jesus nos ensina a discernir com maturidade e a refletir também sobre os nossos próprios frutos.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. Nem todo que parece de Deus é, de fato, enviado por Ele
Os falsos profetas se disfarçam de ovelhas. A aparência pode enganar; os frutos, não.
👉 Reflexão: Você tem avaliado os líderes e mensagens pela Bíblia ou apenas pela aparência e emoção?
2. O fruto é consequência da raiz
Árvores boas produzem frutos bons. Se o coração está ligado em Cristo, a vida vai mostrar isso.
👉 Reflexão: Quais frutos sua vida tem produzido com regularidade — amor, paciência, humildade… ou orgulho, egoísmo e crítica?
3. O discernimento espiritual é uma responsabilidade de todo discípulo
Jesus nos chama a vigiar, examinar e reconhecer com sabedoria.
👉 Reflexão: Você está atento aos sinais de falsidade espiritual — inclusive dentro de si?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Avalie suas fontes de influência espiritual.
Pregadores, livros, vídeos — estão alinhados com o Evangelho bíblico ou apenas com o que “agrada”? -
Peça a Deus para revelar e podar frutos ruins em sua vida.
Ore com base em Salmos 139:23-24: “Sonda-me, ó Deus...” -
Invista tempo em nutrir sua raiz espiritual.
Medite na Palavra, ore com profundidade, cultive intimidade com Cristo — a raiz forte garante bons frutos.
Oração Final:
Pai Santo e verdadeiro,
Te agradeço porque Tu não te impressionas com aparências,
mas olhas o coração e revelas a verdade.
Perdoa-me pelas vezes em que fui ingênuo ou conformado,
em que segui vozes humanas em vez da Tua Palavra.
Perdoa-me também pelos frutos amargos que às vezes deixo crescer em mim.
Purifica meu coração, fortalece minhas raízes em Ti.
Dá-me discernimento para reconhecer o que é falso — e coragem para viver com integridade.
Que minha vida produza frutos que Te honrem: amor, paz, bondade, fidelidade.
E que, pelos frutos, o mundo reconheça que pertenço a Ti.
Em nome de Jesus,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 7:21-23 — “Nem todo que me diz 'Senhor': a obediência que revela o discípulo”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
domingo, 13 de julho de 2025
A Porta Estreita e o Caminho da Vida
Devocional – Mateus 7:13-14
Título: "A Porta Estreita e o Caminho da Vida"
“Entrem pela porta estreita.
Pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição,
e são muitos os que entram por ela.
Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida!
São poucos os que a encontram.”
— Mateus 7:13-14
Introdução:
Ao se aproximar do fim do Sermão do Monte, Jesus nos confronta com uma escolha decisiva: duas portas, dois caminhos, dois destinos. A porta estreita simboliza o chamado radical ao discipulado, à renúncia, à obediência. Não é o caminho mais popular, mas é o que conduz à verdadeira vida. A porta larga é confortável e popular, mas termina em perdição. O Reino exige decisão, coragem e perseverança — mas vale cada passo.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. A fé cristã autêntica é um caminho exigente, mas recompensador
A porta é estreita, e o caminho é apertado — ou seja, há resistência, há renúncia, mas há também vida verdadeira.
👉 Reflexão: Você está buscando um cristianismo confortável ou o caminho de Jesus, mesmo quando é difícil?
2. A maioria nem sempre está certa — o Reino é contracultural
Jesus deixa claro: o caminho largo é o mais popular. Mas o Reino é para os que nadam contra a corrente.
👉 Reflexão: Suas escolhas têm sido guiadas pela Palavra ou pela maioria?
3. A porta estreita é o próprio Cristo — e entrar por ela é se render completamente
Não se trata de mérito ou moralismo, mas de aceitar o chamado de seguir Jesus em obediência e fé.
👉 Reflexão: Você já passou pela porta estreita? Está caminhando com constância?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Faça um inventário das áreas onde tem buscado o caminho mais fácil.
Seja honesto: há decisões onde você está optando pelo “amplo” ao invés do “fiel”? Mude de direção hoje mesmo. -
Escolha um ato de obediência difícil — e pratique-o.
Pode ser perdoar, confessar algo, negar um hábito… a porta estreita se percorre passo a passo. -
Lembre-se da recompensa: a vida verdadeira.
Anote João 10:10 e declare: “Eu escolho a vida que Jesus oferece, mesmo que o caminho seja estreito.”
Oração Final:
Senhor Jesus,
Tu és a porta, o caminho e a vida.
Te agradeço porque me chamas não para a facilidade, mas para a verdade que salva.
Perdoa-me pelas vezes em que escolhi o caminho largo — o mais fácil, o mais cômodo, o mais aceito.
Perdoa minha indecisão, minha distração, minha acomodação.
Hoje eu escolho entrar pela porta estreita,
seguir-Te com perseverança, e caminhar onde quer que Tu conduzas.
Mesmo que seja apertado, mesmo que doa — que eu nunca me desvie de Ti.
Guia meus passos, fortalece minhas decisões, e dá-me firmeza até o fim.
Pois em Ti está a vida — e eu Te escolho, Senhor.
Em Teu nome,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 7:15-20 — “Falsos profetas: frutos que revelam a árvore”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
sábado, 12 de julho de 2025
Peça, Busque, Bata: O Pai Que Responde
Perfeito! Aqui está o próximo devocional da série, baseado em Mateus 7:7-12:
Devocional – Mateus 7:7-12
Título: "Peça, Busque, Bata: O Pai Que Responde"
“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.
Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra;
e àquele que bate, a porta será aberta.
Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou, se pedir peixe, lhe dará uma cobra?
Se vocês, apesar de serem maus,
sabem dar boas coisas aos seus filhos,
quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus,
dará coisas boas aos que lhe pedirem!
Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam;
pois esta é a Lei e os Profetas.”
— Mateus 7:7-12
Introdução:
Jesus nos convida a confiar ativamente no cuidado do Pai. A oração não é um ato passivo — é um movimento contínuo de fé: pedir, buscar, bater. Mas esse convite vem com uma profunda revelação: Deus é Pai, e um Pai bom. E ao falar da bondade do Pai, Jesus liga a oração à ética do Reino: tratar os outros como gostaríamos de ser tratados — essa é a oração encarnada no cotidiano.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. Deus é um Pai que responde com bondade, não com crueldade ou silêncio
Jesus compara o Pai celestial a um pai humano — mas infinitamente melhor. Ele sabe dar o que é bom.
👉 Reflexão: Você tem buscado a Deus com confiança ou com medo de que Ele o decepcione?
2. A oração é perseverança ativa, não repetição passiva
“Pedir, buscar, bater” são verbos contínuos — mostram uma fé que insiste, que espera, que caminha.
👉 Reflexão: Em que área você tem desistido cedo demais de orar e confiar?
3. A oração verdadeira molda o caráter e transborda em ação
Jesus conclui esse trecho com a “regra de ouro” — o que desejamos receber, devemos oferecer.
👉 Reflexão: Sua vida de oração tem influenciado seu modo de tratar as pessoas?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Escolha um pedido específico e ore por ele todos os dias desta semana.
Anote. Ore. Persevere. Confie. Deus ouve e responde — às vezes de formas inesperadas, mas sempre com bondade. -
Reavalie sua imagem de Deus como Pai.
Se necessário, perdoe projeções erradas (ex: pais terrenos ausentes ou duros). Leia Lucas 15:11-32 e veja o Pai verdadeiro. -
Pratique a “regra de ouro” hoje com intencionalidade.
Antes de agir, pergunte: “Se eu estivesse no lugar do outro, como gostaria de ser tratado?” E faça isso.
Oração Final:
Pai amoroso,
Obrigado porque Tu me convidas a pedir, buscar e bater — não porque és relutante,
mas porque desejas relacionamento, perseverança e fé.
Perdoa-me pelas vezes em que me cansei de orar,
ou em que Te vi como alguém distante, e não como Pai presente.
Perdoa-me quando busquei outras fontes antes de ir a Ti.
Renova em mim a confiança de uma criança que sabe que será ouvida.
Dá-me coragem para insistir na oração, mas também humildade para aceitar Tua vontade.
E que, à medida que recebo Tua bondade, eu a distribua.
Que minha oração se transforme em ações de justiça, misericórdia e amor.
Em nome de Jesus,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 7:13-14 — “A porta estreita: o caminho difícil que leva à vida”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Lição 2: O falso evangelho
“Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” (Gl 1.9).
Lição 2: O falso evangelho
INTRODUÇÃO
Após se apresentar como remetente da Carta aos Gálatas,
identificando-se como apóstolo da parte de Deus, e mencionando que Jesus Cristo
ressuscitou dentre os mortos, Paulo passa diretamente ao assunto que pretende
tratar com os irmãos: a incursão de ideias e práticas judaizantes na comunidade
dos santos, e as consequências dessas ideias na vida dos irmãos.
I. UM APÓSTOLO SURPRESO
1. Paulo se mostra impressionado. O apóstolo Paulo se
declara surpreso com os irmãos gálatas. Os leitores dessa Carta eram pessoas
que já haviam aceitado a Jesus. Já conheciam o Evangelho e já haviam
experimentado o arrependimento e o perdão dos pecados, mas estavam trilhando
uma rota não planejada por Deus. Ele escreve “Maravilho-me de que tão depressa
passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho” (Gl
1.6). O espanto de Paulo não foi advindo de milagres acontecendo naquelas igrejas,
ou de conversões de pagãos ou mesmo por pessoas estarem sendo cheias do
Espírito. O que deixou Paulo espantado foi não só o fato de os gálatas
atentarem para um Evangelho diferente do que ele havia pregado, mas também pelo
fato de que esse “novo evangelho” incentivava os gálatas a desconsiderarem a
graça e tentarem, por meio de obras, pagar uma dívida que eles jamais
quitariam.
Paulo destaca a expressão “tão depressa” para marcar não só
a inconstância dos gálatas, mas também o pouco tempo que levaram para ser
convencidos de uma outra doutrina. Não deve nos espantar que entre o povo de
Deus haja pessoas que sejam atraídas por novos ensinos, e que com facilidade se
deixem levar por doutrinas que nada tem de respaldo nas Escrituras. A pouca
firmeza no que tinham aprendido e a incapacidade de julgarem uma doutrina como
errada nos serve de exemplo para que nos firmemos no exercício da verdade.
2. Da graça para a lei. A surpresa de Paulo se dá por causa
da mudança que os gálatas fizeram, de passarem da graça de Deus para a Lei de
Moisés. Como isso se deu? Eles receberam um ensino em que, para que pudessem
realmente ser salvos, deveriam ser circuncidados e seguir a lei dada aos
hebreus por Deus. Bastou o apóstolo se afastar do convívio daqueles irmãos que
logo eles deram crédito a outra pregação diferente da que haviam recebido
originalmente.
Como veremos, Paulo deixa implícito que a lei e a graça, em
que pese serem expressões que remontem a história de Israel e o plano da
Salvação, possuem atribuições diferentes.
3. Outro Evangelho. A palavra “outro”, na língua portuguesa,
é um pronome indefinido utilizado de forma ampla, para designar algo ou alguma
coisa que seja da mesma natureza, que seja semelhante, ou que seja de outra
natureza. Para definir o exato significado, precisaremos saber o contexto em
que essa palavra está sendo usada. Na língua grega, a palavra “outro” tem duas
percepções distintas, advindas igualmente de duas palavras apontadas: allós,
que significa “outro da mesma espécie”, e heteros, “outro de outra espécie”.
Enquanto na primeira designação a opção apresentada é a de um objeto ou ser da
mesma espécie, com possíveis variações, tais como um tigre e um leão, que mesmo
sendo animais diferentes entre si, são felinos. Por sua vez, a palavra heteros,
“outro” de outra espécie, tais como um cão e um gato. São seres criados, mas
diferentes entre si por serem de espécies diferentes. Por isso Paulo comenta:
“[...] para outro evangelho, o qual não é outro” (Gl 1.6,7).
É possível que hoje sintamos a mesma surpresa com que o
apóstolo se deparou ao saber da notícia da mudança daqueles irmãos. Mas mesmo
em nossos dias, é possível ver irmãos na fé sendo convencidos por doutrinas que
não foram ensinadas com a correta interpretação dos textos bíblicos, dando
ouvidos a instruções que buscam acrescentar à Palavra o que ela não diz. Os
gálatas tinham sido evangelizados e ensinados por Paulo, e não perceberam que a
mensagem dos judaizantes era um falso evangelho. Eles não negaram, oficialmente,
o sacrifício de Jesus, mas acrescentaram argumentos que acharam guarida no
pensamento daquelas igrejas. Era uma mensagem aparentemente piedosa, mas que
negava a eficácia do Evangelho. Por meio desse ensino, a graça de Deus estava
sendo questionada.
“Falsos professores
tinham vindo à Galácia para tentar persuadir os gálatas a rejeitar o
ensinamento de Paulo e aceitar ‘outro evangelho.’ A sua mensagem ensinava que a
salvação espiritual e um relacionamento correto com Deus envolviam não apenas a
fé em Cristo, mas também a integração com a fé dos judeus, por meio da
circuncisão (5.2; veja Rm 2.29, nota: Fp 3.2), da obediência à lei (3.5) e da
observância aos dias santos dos judeus (4.10). (1) A Bíblia afirma claramente
que há uma única mensagem verdadeira de salvação espiritual ‘o evangelho de
Cristo’ (v.7).
Ele nos vem pela ‘revelação de Jesus Cristo’
(v.12) e pela inspiração do Espírito Santo. Este evangelho (as ‘boas-novas’ é a
verdadeira mensagem a respeito de Jesus) é definido e revelado na Bíblia, a
Palavra escrita de Deus. (2) Quaisquer ensinamentos, crenças ou ideias que se
originem de pessoas, igrejas ou tradições e não estejam expressos ou implícitos
da Palavra de Deus não fazem parte da verdadeira mensagem e não podem ser
incluídos no evangelho de Cristo (v.11). Mesclar essas noções e filosofias criadas
pelo homem com a mensagem original de Jesus é ‘transtornar o evangelho de
Cristo’ (v.7).” (Bíblia de Estudo
Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023,
p.1624).
II. O ANÁTEMA
1. A inquietação dos gálatas. Um falso ensino tem a
capacidade de deixar as pessoas alvoroçadas e inquietas. Paulo usa as palavras
“vos inquietam e querem transtornar” (v.7) como um indicativo de que, enquanto
seus leitores liam a Carta, provavelmente havia judaizantes entre eles. Um
outro detalhe é que a mensagem deles deixava os gálatas inquietos, em vez de
descansarem na graça de Deus, eles passaram a realizar obras da Lei, sendo eles
mesmos, gentios. Uma mensagem que alvoroça os crentes deve ser analisada com
bastante cautela.
2. Ainda que um anjo do céu. Os anjos são conhecidos na
Palavra de Deus como mensageiros do Eterno para tratar de assuntos referentes
aos seres humanos. Eles apareceram, no Antigo Testamento, a Abraão, a Josué, a
Gideão, aos pais de Sansão e a Isaías.
No Novo Testamento, apareceram à Maria, ao pai de João
Batista, a Pedro e a Cornélio entre outros. A presença deles geralmente, nas
Escrituras, é acompanhada de uma mensagem. Paulo mesmo recebeu a visita de um
anjo quando estava indo a Roma em um navio que estava afundando (At 27.23).
Cornélio recebeu a visita de um anjo, cuja mensagem foi: “As tuas orações e as
tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus” (At 10.4). “Procure por
Pedro” (At 10.5). O anjo não falou de Jesus ou do Evangelho a Cornélio, mas lhe
orientou a respeito de quem deveria chamar para ouvir as Boas-Novas.
Paulo deixa expresso que mesmo que um anjo, identificando-se
como sendo enviado por Deus, venha apresentar uma mensagem diferente da sua,
que seja considerado maldito. O apóstolo não teme usar esse adjetivo, pois sabe
que a pureza do Evangelho está em jogo naquelas igrejas.
3. Anátema. A palavra “anátema” é oriunda do hebraico herem,
e pode ter dois sentidos: algo devotado a uma divindade, e ao mesmo tempo
excluído da utilização humana, como o relatado em Josué 6.17, quando os
despojos de Jericó deveriam ser separados para Deus, não podendo ser usados
pelos israelitas, ordem que não foi seguido por Acã. Esse anátema foi tão sério
que Acã e sua família pagaram o preço da ganância com a vida. Mas o segundo
sentido é mais radical, pois representa anathematizo, colocar debaixo de uma
maldição. Mesmo que um anjo viesse até eles e lhes ensinasse um outro
Evangelho, que fosse maldito e condenado.
III. AGRADAR AOS HOMENS OU A DEUS
1. Repetindo a advertência. Como o assunto é muito sério,
Paulo repete a observação. Não poderia haver dúvidas sobre a força das palavras
paulinas, pois o assunto era grave. O apóstolo menciona uma segunda vez essa
mesma condenação no versículo 9. A repetição desses dizeres nos mostra o quão
sério é deturpar os ensinos da Palavra de Deus. O “evangelho” dos judaizantes
estava afastando os irmãos do verdadeiro e os encaminhando para uma vida de
legalismo, onde o homem acredita que pode ajudar Deus na salvação ou pode ele
mesmo ser o seu Salvador.
2. O que agrada aos homens. Paulo não se preocupa em falar
palavras lisonjeiras para deixar seus leitores confortáveis diante do que
estavam fazendo. Ele não estava tratando a respeito de boas práticas ou de um
discurso protocolar, cabível em certas ocasiões mais formais. Ele estava
tratando a respeito da salvação da alma dos gálatas. Os judaizantes bajulavam
os gentios, e com palavras doces os desviavam dos caminhos do Senhor. As
palavras de Paulo poderiam soar como amargas, mas era o remédio que os gálatas
deveriam tomar.
3. O que agrada a Deus. Como veremos, a preocupação de Paulo
é agradar ao Senhor, por isso escreve a Carta aos Gálatas. Se fosse para
agradar aos homens, ele poderia deixar a situação nas igrejas da Galácia correr
sem qualquer interferência. O tempo certamente iria mudar o cenário, ou
pioraria a situação. Mas ele entendeu que deveria ter uma participação ativa no
resgate dos gálatas. Paulo nem estava na Galácia, e poderia deixar o problema
de lado, mas resolveu tratar o assunto a fim de que os irmãos não se perdessem.
A obediência ao verdadeiro Evangelho agrada a Deus.
Preservar as doutrinas bíblicas, de Deus, que recebemos, estudar e estar
atentos para discernir quando um falso ensino tenta entrar na congregação,
também agrada a Deus. Viver pela fé e não pelas nossas próprias obras, também
agrada a Deus.
Algo que deve ser observado é que a deturpação dos falsos
mestres, e por sua vez, o que desagradava a Deus, é que, na prática, os gálatas
queriam “devolver” a Deus o favor, o presente que Ele lhes dera. Ele lhes
entregara a Salvação pela graça, e eles queriam retribuir o favor divino por
meio de uma vida que se baseava em obras humanas.
CONCLUSÃO
Nesta segunda lição, vimos que Paulo começa a apontar aos
seus leitores o caminho que eles estavam trilhando: um caminho paralelo ao
caminho do Evangelho. Eles estavam ouvindo uma mensagem doutrinária errada e
não tiveram discernimento. Eram ensinos que estavam em desacordo com o que
haviam aprendido. Paulo os exorta que ainda que um ser angelical viesse do céu
com uma mensagem parecida, eles não deveriam aceitar. Precisamos ter cuidado
com ventos de doutrina que se aproximam de nossas congregações, tentando
afastar os irmãos da verdadeira prática da Palavra de Deus.
Antes de Apontar, Olhe Para Dentro
Devocional – Mateus 7:1-6
Título: "Antes de Apontar, Olhe Para Dentro"
“Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados,
e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão,
e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão:
‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’,
quando há uma viga no seu?
Hipócrita! Tire primeiro a viga do seu olho,
e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.
Não deem o que é sagrado aos cães,
nem atirem suas pérolas aos porcos.
Caso contrário, estes as pisarão, e aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão.”
— Mateus 7:1-6
Introdução:
Este trecho é um dos mais citados — e mais mal compreendidos — do Sermão do Monte. Jesus não está dizendo que nunca devemos exercer discernimento ou correção fraterna, mas que não devemos julgar com hipocrisia, severidade ou orgulho. O Reino chama à humildade antes de qualquer correção, à autocrítica antes de qualquer repreensão. O objetivo nunca é condenar, mas restaurar — com graça, verdade e amor.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. Julgar os outros com dureza revela cegueira sobre nós mesmos
A “viga no olho” representa nossa própria falha — muitas vezes ignorada.
👉 Reflexão: Você tem apontado falhas alheias sem encarar as suas com honestidade?
2. A medida que usamos será aplicada a nós
Jesus nos lembra que o padrão que aplicamos aos outros será o mesmo aplicado a nós — por Deus e pelas pessoas.
👉 Reflexão: Suas palavras são mais duras com os outros do que com você mesmo?
3. Discernimento não é julgamento cruel, mas sabedoria graciosa
“Não jogue pérolas aos porcos” aponta que correção deve ser feita com sabedoria e respeito ao momento e à disposição do outro.
👉 Reflexão: Você tem insistido em corrigir quem não está pronto para ouvir, ou tem agido com sabedoria?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Examine seu próprio coração antes de apontar qualquer erro.
Ore: “Senhor, mostra-me o que preciso enxergar em mim antes de falar ao outro.” -
Corrija com empatia, não com superioridade.
Se precisar exortar alguém, faça isso como quem também luta e precisa de graça — não como juiz. -
Recolha palavras críticas desnecessárias.
Se o que você vai dizer não for útil para restaurar, edificar ou consolar — silencie e ore.
Oração Final:
Pai justo e misericordioso,
Te agradeço porque Tu me julgas com verdade, mas também com amor.
Tu vês meu coração e me corriges com paciência e compaixão.
Perdoa-me pelas vezes em que julguei os outros com dureza,
enquanto ignorava as falhas dentro de mim.
Perdoa meu orgulho espiritual, minha hipocrisia e minha impaciência.
Dá-me um coração humilde, olhos para ver minha própria viga,
e mãos para ajudar com amor aqueles que precisam de correção.
Ensina-me a discernir com sabedoria, e a falar com graça e verdade.
Que minhas palavras sejam um reflexo do Teu coração,
e que eu viva como embaixador da Tua justiça temperada com misericórdia.
Em nome de Jesus,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 7:7-12 — “Peçam, busquem, batam: confiança ativa no Pai que dá”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
quinta-feira, 10 de julho de 2025
LIÇAO 2 -A Igreja de Jerusalém: um modelo a ser seguido
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (At 2.42).
Atos 2.37-47
INTRODUÇÃO
Por ser a Igreja-mãe, Jerusalém torna-se o modelo para as
demais igrejas que foram implantadas. É de Jerusalém que partem as decisões que
buscam, por exemplo, disciplinar e padronizar determinadas práticas cristãs. A
igreja de Jerusalém já nasce forte! Sendo de origem divina, cheia do Espírito
Santo e supervisionada pelos apóstolos, essa igreja é bem alicerçada. Isso fica
claro no ministério da Palavra, a quem os apóstolos se devotaram inteiramente e
ao exercício dos diversos dons que abundavam no seu meio. É, portanto, uma
igreja da Palavra e do Espírito. E mais — é uma igreja onde a observância das
ordenanças de Cristo é praticada na esfera do culto cristão. Assim, a igreja
cristã primitiva exibe marcas que se tornaram um padrão para todas as igrejas
em todas as épocas e lugares.
I. UMA IGREJA COM SÓLIDOS ALICERCES
1. Uma igreja com fundamento doutrinário. A igreja de
Jerusalém era uma igreja bem doutrinada. Lucas diz que, antes de ascender aos
céus, Cristo deu “mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que
escolhera” (At 1.2). Uma igreja genuinamente cristã reflete a prática e os
ensinos dos apóstolos. É exatamente isso o que o livro de Atos diz da primeira
igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Uma igreja só
pode ser considerada genuinamente cristã quando ela consegue ensinar e doutrinar
seus membros de tal forma que eles passem a refletir o caráter de Cristo.
2. “Perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). A
expressão diz muito sobre o processo de discipulado da igreja de Jerusalém. Era
uma igreja bem doutrinada, e, portanto, bem discipulada. A palavra “doutrina”
traduz o termo grego didaché, que significa “ensinar” e “instruir”. Tem a ver,
portanto, com o discipulado cristão. O discípulo é alguém que consegue
reproduzir, isto é, levar adiante o que aprendeu de seu Mestre. Os apóstolos
aprenderam de Cristo; a igreja cristã primitiva aprendeu dos apóstolos e agora
vivia isso a fim de transmitir a outros o que aprendeu. A tragédia da igreja
acontece quando ela não consegue ser discipulada, nem tampouco discipular.
3. Uma igreja relacional e piedosa. A igreja de Jerusalém
perseverava na “comunhão” (At 2.42). A maioria dos intérpretes entende que a
palavra grega koinonia, traduzida aqui como “comunhão” é uma referência às
relações interpessoais dos primitivos cristãos. A primeira igreja era,
portanto, uma igreja relacional. Assim, perseverar na comunhão tem o sentido de
“se dedicar” à construção de bons relacionamentos. Tem a ver com o modo de vida
dos crentes. Sem o cultivo de relações interpessoais fortes, a igreja cai em um
mero ativismo. Há muita atividade, mas sem o calor humano que caracteriza a
verdadeira vida cristã.
A mesma igreja que perseverava na doutrina dos apóstolos e
na comunhão era a mesma igreja que vivia em oração (At 2.42). A igreja de
Jerusalém orava! Assim, Pedro e João foram ao templo na hora nona de oração (At
3.1); os apóstolos estabeleceram como prática dedicar-se à oração (At 6.4) e a
Igreja reunida na casa de Maria, mãe de Marcos, se dedicava à oração (At 12.5).
“A
DOUTRINA DOS APÓSTOLOS [...] COMUNHÃO [...] O PARTIR DO PÃO [...] ORAÇÕES. Hoje
em dia, muitas igrejas desejam seguir o modelo da igreja do Novo Testamento,
esperando vivenciar o mesmo poder, crescimento e eficácia que ela teve. Esta
passagem nos proporciona uma visão geral das características que permitiram que
a igreja do Novo Testamento vivenciasse o milagroso poder de Deus (v.43) e um
crescimento consistente (v.47). O que é admirável é que essas características
eram bastante simples e práticas. (1) A doutrina dos apóstolos (v.42a). Os
primeiros cristãos eram profundamente devotados à mensagem de Cristo. [...];
(2) Comunhão (gr. koinōnia; v.42b). Os seguidores de Deus na igreja primitiva
não somente eram dedicados ao seu relacionamento básico e predominante com
Deus, como também estavam comprometidos em construir relacionamentos abertos,
honestos e espiritualmente encorajadores com o povo de Deus [...]; (3) O partir
do pão (vv.42c,46). Esta expressão poderia se referir, simplesmente, às
refeições feitas nas casas, uns dos outros [...] (ou) à refeição do amor ágape
(veja 1Co 11.21, nota), ou à Ceia do Senhor (isto é, à comunhão) propriamente
dita. [...] (4) Oração (v.42d; cf. 1.14; 4.23-31). A oração era, claramente,
uma grande prioridade e uma parte vital da vida da igreja primitiva” (Bíblia de
Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1932).
I. UMA IGREJA OBSERVADORA DOS SÍMBOLOS CRISTÃOS
1. O Batismo. Após o primeiro sermão do apóstolo Pedro na
igreja de Jerusalém, e como resposta a uma pergunta, ele disse ao povo:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
perdão dos pecados” (At 2.38). Naquela época, a primeira igreja batizava quem
se convertia. Ela sabia que o batismo era uma das ordenanças de Jesus e que ele
era um dos principais símbolos da fé cristã (Mc 16.16). O batismo era um dos
primeiros passos da fé cristã, um rito de entrada para a nova vida em Cristo.
Mas para ser batizado, a pessoa precisava ter se arrependido dos seus pecados e
crido em Jesus. Era preciso ter consciência do sentido desse símbolo de fé.
Assim, o batismo era um testemunho público de que a pessoa havia se convertido.
Por meio dele, os cristãos de Jerusalém mostravam ao mundo que sua vida agora
era diferente, que eles tinham uma nova vida em Cristo.
2. A Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor é a outra ordenança
dada por Jesus e que foi observada pela igreja de Jerusalém. “E perseveravam...
no partir do pão” (At 2.42). A maioria dos estudiosos concorda que esse texto é
uma referência à prática da Ceia do Senhor entre os primeiros cristãos. Donald
Gee, um dos principais mestres do pentecostalismo britânico, disse que, quando
tomada corretamente, a Ceia leva a Igreja ao próprio coração de sua fé; ao
próprio centro do Evangelho; ao objeto supremo do amor de Deus. Portanto, quão
abençoado é esse “partir do pão”! Parece provável que os primeiros cristãos,
combinando essa ordenança simples com a “festa do amor” de sua refeição comum,
lembravam assim a morte do Senhor “todos os dias” (At 2.42-46).
III. UMA IGREJA MODELO
1. Uma igreja reverente e cheia de dons. É dito da igreja de
Jerusalém: “Em cada alma havia temor” (At 2.43). A palavra grega traduzida como
“temor” é phóbos, que também significa “reverência, respeito pelo sagrado”.
Havia um forte sentimento da presença de Deus! Havia um clima da presença do
sagrado, do que é santo, o mesmo sentido que teve Moisés quando o Senhor o
mandou tirar os sapatos dos pés porque o lugar “é terra santa” (Êx 3.5).
Precisamos aprender com a primeira igreja! Não podemos perder o respeito pelo
sagrado.
Lucas destaca que “muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos” (At 2.43). “Sinais (gr. Téras) e maravilhas (gr. Sémeion)” são
as mesmas palavras usadas pelo apóstolo Paulo para se referir aos dons do
Espírito Santo que se manifestavam em suas ações missionárias (Rm 15.19). Os
dons espirituais ornamentavam a igreja cristã primitiva.
2. Uma igreja acolhedora. Dentre as muitas marcas de uma
igreja relevante, o acolhimento aparece como uma das suas principais. Uma
igreja, para se tornar relevante, necessariamente deve ser acolhedora. A igreja
de Jerusalém é um modelo de igreja acolhedora. Além de estarem juntos, o texto
bíblico diz que naquela igreja “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo
em comum” (At 2.44). Não é fácil partilhar, muito menos acolher. A nossa
tendência é nos fechar em nosso mundo e deixar de fora quem achamos ser
inconveniente. Numa igreja acolhedora, os membros se sentem acolhidos e parte
do grupo.
3. Uma igreja adoradora. A igreja de Jerusalém era também
uma igreja adoradora: “louvando a Deus” (At 2.47). “Louvando”, traduz o verbo
grego aineo. É o mesmo termo usado para se referir aos anjos e pastores que
louvavam a Deus por ocasião do nascimento de Jesus (Lc 2.13,20); é usado também
para descrever o paralítico que louvava a Deus depois que foi curado junto à
Porta Formosa do Templo (At 3.8). É, portanto, uma expressão de júbilo e de
gratidão. Louvar é muito mais que simplesmente “cantar”; é uma expressão de
rendição e total entrega! É o reconhecimento da grandeza de Deus e de seus
poderosos feitos.
“O
PROGRESSO SE REPETE. [...] Os primeiros discípulos — a maioria composta por
judeus — continuavam a adorar diariamente no templo (46). Isto era natural.
Posteriormente, a perseguição aos judeus expulsou-os do Templo, e também das
sinagogas. Eles também partiam o pão em casa. O texto grego também poderia ser
traduzido como ‘de casa em casa’. Não havia edifícios para igrejas no início, e
a maioria das reuniões de adoração era conduzida nas casas. Louvando a Deus e
caindo na graça de todo o povo (47) é uma combinação desejada na igreja de
todos os tempos e lugares. O Senhor estava acrescentando diariamente novas
pessoas ao número de crentes. Esta era uma igreja em crescimento. A última
frase, aqueles que se haviam de salvar, é uma tradução completamente injustificável.
Não existe aqui nenhuma indicação de predeterminação ou predestinação. O texto
grego diz claramente: ‘todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que
estavam sendo salvos.’ Isto simplesmente afirma que aqueles ‘que estavam sendo
salvos’ uniam-se ao crescente grupo de discípulos em Jerusalém” (Comentário
Bíblico Beacon — João e Atos. Volume 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.225).
CONCLUSÃO
Vimos, nesta lição, algumas características que marcaram a
primeira igreja. Frequentemente, nos referimos a ela como a “Igreja Primitiva”.
Vemos como sendo uma igreja ideal, modelo para todas as outras. De fato, ela é
a igreja-mãe. Isso, contudo, não significa dizer que a igreja de Jerusalém não
tivesse problemas. Pelo contrário, veremos em outras lições, que havia alguns
bem desafiadores. Nada, contudo, que tire o seu brilho e nos impeça de nos
espelharmos nela.
IGREJA
DE JERUSALÉM — UM MODELO A SER SEGUIDO
Estimado(a)
professor(a), a paz do Senhor. A lição desta semana tem como finalidade
apresentar a igreja primitiva como modelo de fé e relacionamento cristão aos
irmãos da igreja atual. Ao observarmos o livro de Atos, identificamos vários
aspectos que revelam a face da igreja primitiva como uma igreja
doutrinariamente sólida, que perseverava nos ensinamentos introduzidos pelos
apóstolos, e na qual os seus membros desfrutavam de uma comunhão salutar; e,
não menos importante, oravam assiduamente (At 2.42). Dessa forma, o trabalho
realizado por esses irmãos resultava no avanço da pregação do Evangelho, mesmo
em meio às perseguições (2Ts 3.1-3).
Além de
ser uma igreja que gozava da manifestação abundante dos dons espirituais, bem
como da operação contínua de sinais, prodígios e maravilhas, havia uma
característica muito marcante que a tornava pujante. A igreja primitiva era uma
igreja “acolhedora”. Em linhas gerais, o termo acolhedor, de acordo com o
Dicionário Houaiss (2009), significa “oferecer ou obter refúgio, proteção ou
conforto físico, amparo; dar hospitalidade”. No contexto da igreja primitiva,
significava acolher os pecadores, oferecer a oportunidade de perdão e
reconciliação com Deus. Além disso, significava também que a igreja não fazia
acepção de pessoas, nem mesmo fomentava o preconceito seja qual fosse a
condição de pecado em que a pessoa estivesse (At 10.34,35; Rm 2.11); mas, pelo
poder regenerador do Espírito Santo, tornava cada pecador arrependido em um
discípulo de Cristo (Mt 28.19,20).
Aprendemos
com a igreja primitiva que devemos acolher o pecador e ensinar que Jesus cura,
salva, liberta, batiza no Espírito Santo e voltará para buscar Seus servos para
estarem para sempre com Ele. Nesse sentido, a Declaração de Fé das Assembleias
de Deus, documento que traz os fundamentos doutrinários de nossa denominação,
discorre que “entendemos que é responsabilidade da igreja a obra missionária. A
edificação é realizada por meio do ensino da Palavra nas reuniões da igreja,
como o culto de ensino, da escola bíblica dominical. A igreja também exerce o
ministério de socorro e misericórdia, que inclui o cuidado dos pobres e dos
necessitados, e não somente dos seus membros, mas também dos não membros.
Enquanto membros da igreja, somos o sal da terra, proporcionando sabor à vida e
evitando a putrefação da sociedade ao combatermos o pecado e a corrupção”
(2017, p.123). Que o compromisso de acolher os pecadores não seja furtado de
nossos corações. Jesus nos libertou e salvou para que, uma vez regenerados por
Seu Espírito, tenhamos o prazer de levar outras vidas a Ele. Uma igreja
acolhedora prioriza alcançar vidas para o Reino de Deus.
Ansiedade Fora, Confiança Dentro
Perfeito! Aqui está o próximo devocional da série, baseado em Mateus 6:25-34:
Devocional – Mateus 6:25-34
Título: "Ansiedade Fora, Confiança Dentro"
“Portanto eu lhes digo:
não se preocupem com a sua própria vida,
quanto ao que comer ou beber;
nem com o seu próprio corpo, quanto ao que vestir.
Não é a vida mais importante do que a comida,
e o corpo mais importante do que a roupa?
Observem as aves do céu:
não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros;
contudo, o Pai celestial as alimenta.
Não têm vocês muito mais valor do que elas?
Quem de vocês, por mais que se preocupe,
pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?
[...]
Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça,
e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Portanto, não se preocupem com o amanhã,
pois o amanhã trará as suas próprias preocupações.
Basta a cada dia o seu próprio mal.”
— Mateus 6:25-34
Introdução:
A ansiedade é um dos maiores males do nosso tempo — e Jesus sabia disso muito antes dos diagnósticos modernos. Ele não trata a ansiedade com dureza, mas com palavras de confiança. Jesus nos convida a olhar para os lírios e as aves, a lembrar que temos um Pai cuidador, e a priorizar o Reino acima de todas as necessidades. O antídoto contra a preocupação excessiva não é controle, mas confiança radical em Deus.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. Nosso valor está no cuidado do Pai, não na quantidade de controle que temos
As aves e os lírios não se preocupam — e, ainda assim, são cuidados. Nós valemos mais.
👉 Reflexão: Você tem vivido como alguém que confia no cuidado do Pai ou como quem precisa carregar o mundo nas costas?
2. A preocupação com o amanhã rouba a paz de hoje
A ansiedade nos projeta para um futuro que ainda não existe e nos impede de viver plenamente o presente.
👉 Reflexão: Quais são os “amanhãs” que têm tirado sua paz hoje?
3. Buscar primeiro o Reino realinha nossos desejos e reduz nossa ansiedade
Quando Deus está em primeiro lugar, as demais necessidades encontram seu lugar.
👉 Reflexão: Sua agenda e prioridades refletem a centralidade do Reino?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Faça uma lista de preocupações e entregue-as a Deus em oração.
Leia cada item e diga: “Senhor, eu confio a Ti isso também.” Guarde essa lista como lembrete de que Ele está cuidando. -
Pratique viver um dia de cada vez.
Decida hoje não tentar resolver o que pertence ao futuro. Dê seu melhor no agora — isso é fé prática. -
Reorganize sua rotina com base em Mateus 6:33.
Antes de qualquer tarefa, priorize oração, leitura bíblica ou uma atitude de Reino. Isso muda o tom do seu dia.
Oração Final:
Pai cuidadoso,
Te agradeço porque Tu conheces minhas necessidades antes mesmo que eu as peça.
Tu vestes os lírios e alimentas as aves — e me amas infinitamente mais do que a criação.
Perdoa-me pelas vezes em que fui dominado pela ansiedade,
quando tentei controlar o amanhã em vez de confiar em Ti.
Perdoa minha falta de fé e minha pressa.
Hoje eu escolho buscar primeiro o Teu Reino,
confiar na Tua provisão,
e viver um dia de cada vez, com gratidão e entrega.
Enche meu coração com a Tua paz,
que excede todo entendimento e guarda minha mente em Cristo Jesus.
Em nome de Jesus,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 7:1-6 — “Não julgueis: o olhar humilde do Reino”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
quarta-feira, 9 de julho de 2025
LIÇÃO 2 - A VOCAÇAO MISSIONARIA DE ISRAEL NO ANTIGO TESTAMENTO
Introdução
A missão do Antigo Testamento se distingue da missão no novo testamento, no ser e no fazer.
Enquanto Israel deveria somente ser, a igreja é chamada para ser e ir, realizar o propósito de Deus na história humana, resgatar o que foi perdido.
Ponto-chave, missão é a ação pela qual Deus utiliza um povo
ou indivíduo em favor do mundo.
1. Israel, um povo com uma missão.
Mesmo que diferente do
propósito da igreja, Israel foi estabelecido como a nação pela qual Deus age no
mundo, no Antigo Testamento.
1.1. A missão de Israel.
Antes de qualquer afirmação, devemos definir o que é missão.
É aquilo que Deus está fazendo em favor do mundo. É o seu propósito que a longo
prazo irá renovar toda a criação, quando Deus fará um novo céu e uma nova
terra. Segunda Pedro 3, 13. E a partir dessa afirmação que entra o papel e a
missão de Israel no Antigo Testamento, de ser um instrumento de Deus para a
salvação do mundo. Da mesma forma que Israel foi um instrumento de Deus para a
sua ação no mundo, no Novo Testamento é a igreja que cumpre o propósito
salvífico de Deus na história humana. _
1.2. Israel foi chamado para ser.
Deus estabeleceu o povo de
Israel como exemplo para todas as nações do mundo, expressando assim como ele
deseja que os outros povos fossem uma comunidade regida pelos seus princípios e
valores estabelecidos na lei, nos quais ele habitaria em seu meio. Por esse
motivo, a missão de Israel no Antigo Testamento não está relacionada
primeiramente em ir ou fazer alguma coisa, mas antes em ser. Este povo foi
chamado para ser santo, diferente das outras nações e com o propósito e finalidade
de expressar a glória de Deus ao mundo. Povos, tribos e nações. 1 Crônicas 16,
24_
2. O propósito de Israel.
Deus estabeleceu Israel como nação sua, propriedade particular, nação santa e reino de sacerdotes.
2.1. Israel, nação santa.
Partindo do princípio de que, primeiramente, a missão de Israel era ser, devemos entender que o povo de Deus foi chamado a ser um povo santo. Deuteronômio 7, 6 A santidade em Deus é um atributo que o distingue de todas as demais divindades Pois o Senhor além de ser santo, exige que seu povo seja também santo 1 Pedro 1, 16 Este é o primeiro propósito da missão de Israel Servir a Deus através de uma vida de santidade e separação A igreja, como o novo Israel de Deus, deve primeiramente viver em santificação, orientada para Deus e para o seu agir no mundo.
2.2. Reino de sacerdotes.
A função básica de um sacerdote
era ministrar as coisas sagradas. O culto e o sacrifício viveram a vida de
devoção e relacionamento com Deus. Do mesmo jeito, Israel deveria apresentar-se
ao mundo a glória de Deus, seu poder e governo justo e piedoso. Salmo 83, 18.
Essa função faz com que todos os povos reconheçam o Senhor como um único Deus.
Deuteronômio 6, 4. Tal afirmação leva à compreensão de que Deus é o Senhor e
Criador. Dessa forma, todas as criaturas devem obediência a Ele, mas todos
aqueles que não reconhecem sua soberania estão em rebelião e, consequentemente,
estão diante de sua ira e julgamento._
3. Abençoados para abençoar.
O chamado de Israel não foi para servir a si mesmo, mas sim servir como testemunho de Deus aos outros, povos, tribos e nações.
3.1. O chamado dos patriarcas.
Abraão recebeu de Deus uma dupla promessa. A primeira,
tornar-se uma grande nação, Gênesis 18, 18. De modo que não poderia ser contada
a sua descendência. Assim como a areia da praia ou como as estrelas do céu,
Gênesis 22, 17. A segunda, abençoar todas as nações da terra, Gênesis 12, 3. A
intenção de Deus no Antigo Testamento é que toda criação, toda vida e cultura
humana possam, por meio de Abraão e de sua descendência, tornar-se novamente
algo muito bom. Essa promessa é cumprida em dois tempos. O primeiro, na
formação do povo de Israel no Egito. E na segunda, na vida e ministério, morte
e ressurreição de Jesus Cristo._
_3.2. O papel de Israel entre as nações. Foi no Êxodo que
Israel se tornou uma nação e no Sinai, Deus estabeleceu as exigências para se
viver conforme seus princípios e valores. Deus estabeleceu para seu povo que em
todas as esferas da vida deveriam ser santos. Por isso estabeleceu leis que
regiam a família. Levítico 19.3. A adoração, Levítico 19, 4. O cuidado com os
pobres e estrangeiros, Levítico 19, 9, 10. O amor fraternal, Levítico 19, 18. A
fidelidade sexual, Levítico 19, 20 a 22. Dentre outras leis. Quando Israel foi
disperso entre as nações, Jeremias 29, 4. Deus enviou para o interior dos povos
pagãos Tais princípios como o testemunho de seu caráter santo Glória e
majestade_
Tesouros Eternos, Corações Inteiros
Devocional – Mateus 6:19-24
Título: "Tesouros Eternos, Corações Inteiros"
“Não acumulem para vocês tesouros na terra,
onde a traça e a ferrugem destroem,
e onde os ladrões arrombam e furtam.
Mas acumulem para vocês tesouros no céu,
onde a traça e a ferrugem não destroem,
e onde os ladrões não arrombam nem furtam.
Pois onde estiver o seu tesouro,
aí também estará o seu coração.
Os olhos são a candeia do corpo.
Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz.
Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas.
Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas serão!
Ninguém pode servir a dois senhores;
pois odiará um e amará o outro,
ou se dedicará a um e desprezará o outro.
Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.”
— Mateus 6:19-24
Introdução:
Jesus nos convida a fazer um exame de prioridades. Ele não condena os bens em si, mas alerta sobre onde está o nosso tesouro, ou seja, onde está o nosso coração. Acumular para o céu significa investir em coisas que não se corrompem — fé, generosidade, obediência, comunhão. O discípulo de Cristo não pode viver dividido: ou servimos ao Senhor com inteireza, ou estamos tentando viver sob dois senhores — o que, segundo Jesus, é impossível.
Três Reflexões para a Vida Cristã Atual:
1. O que valorizamos determina o rumo do nosso coração
Jesus ensina que nosso coração segue nosso tesouro. Onde investimos mais tempo, dinheiro e energia mostra onde está nossa fé.
👉 Reflexão: Você investe mais no que é eterno ou no que é passageiro?
2. Nossa visão espiritual afeta todo o nosso ser
“Olhos bons” representam uma vida focada em Deus; “olhos maus”, um coração cobiçoso e obscurecido.
👉 Reflexão: Seus olhos têm buscado luz ou estão distraídos por brilhos ilusórios?
3. Não podemos servir a Deus e ao dinheiro — precisamos escolher
Jesus não abre espaço para neutralidade. Há uma escolha diária entre confiança em Deus ou escravidão ao materialismo.
👉 Reflexão: Você tem usado seus recursos para servir a Deus ou tem servido aos recursos como se fossem um deus?
Três Aplicações Práticas para o Dia a Dia:
-
Revise seu orçamento como ato de adoração.
Pergunte: “Minhas finanças refletem que meu coração pertence ao Reino?” Faça ajustes com propósito eterno. -
Doe generosamente para causas do Reino.
Ofereça com alegria e constância — não como obrigação, mas como investimento celestial. -
Pratique o desapego intencional.
Escolha uma coisa boa (um bem, uma comodidade, um gasto extra) para abrir mão este mês, em favor de algo eterno — oração, generosidade ou tempo com os outros.
Oração Final:
Pai eterno,
Te agradeço porque Tu és um tesouro incomparável,
e a Tua presença é mais valiosa que qualquer ouro ou bem terreno.
Perdoa-me pelas vezes em que busquei segurança no dinheiro, no conforto ou nas posses,
e me esqueci de que minha verdadeira herança está no céu.
Purifica meus olhos para ver com clareza,
e alinha meu coração ao Teu Reino.
Ajuda-me a servir somente a Ti — com meus recursos, minhas escolhas e minha vida.
Que meu tesouro esteja onde Tu estás,
e que eu viva de forma que Te agrade, com generosidade, confiança e fidelidade.
Em nome de Jesus,
Amém.
✨ O próximo será Mateus 6:25-34 — “Não andeis ansiosos: confiança no cuidado do Pai”. Deseja que eu já prepare o próximo devocional?
terça-feira, 8 de julho de 2025
LIÇÃO 2 - EVANGELHO DO FILHO DE DEUS : A REVELAÇAO DA LUZ DO MUNDO
Texto de Referência : João 1.2-10
1 - O Contexto Histórico
A Escrita do Evangelho de João, emerge de um contexto
histórico e religioso muito específico e desafiador para as primeiras
comunidades cristãs.
1.1 - A Autoria Material do Evangelho
A Autoria Material do Evangelho de João é tradicionalmente
atribuída a João, o Apóstolo, filho de Zebedeu e um dos doze discípulos mais
próximos de Jesus. Essa é a visão sustentada pela Igreja desde os primeiros
séculos do cristianismo e é apoiada por evidências internas e externas ao
próprio texto.
Evidências Internas do Evangelho
1) O Evangelho de João se refere a um "discípulo a quem
Jesus amava" em várias passagens-chave (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20).
Esse discípulo é retratado como estando em uma relação de grande intimidade com
Jesus.
2) O Evangelho de João não nomeia seu autor explicitamente,
todavia, no capítulo final, o texto afirma: "Este é o discípulo que dá
testemunho dessas coisas e que as escreveu. E sabemos que o seu testemunho é
verdadeiro" (Jo 21.24).
3) O "discípulo amado" estava presente em momentos
cruciais do ministério de Jesus como a última ceia (onde ele reclina a cabeça
no peito de Jesus), na crucificação (onde Jesus confia-lhe Maria, sua mãe as
seus cuidados), na corrida ao túmulo no dia da ressurreição. Sendo Tiago
martirizado cedo, João ficou como o mais provável apóstolo a ser o
"discípulo amado"
4) No Evangelho de João, o nome do apóstolo João nunca é
mencionado, enquanto outros apóstolos são frequentemente nomeados. A ausência
de seu nome, combinada com a presença de um discípulo anônimo que sugere que o
autor poderia ser o próprio João, referindo-se a si mesmo indiretamente.
5) O Evangelho de João contém detalhes vívidos e específicos
de eventos, como o número de jarros de água nas bodas de Caná (Jo 2.6), o peso
(cem arráteis) da mirra e do aloés usado no sepultamente de Jesus (Jo 19.39) e
o diálogo pessoal de Jesus. Isso sugere um autor que foi uma testemunha ocular
dos acontecimentos.
Evidências Externas do Evangelho
A tradição cristã primitiva, que remonta ao século II d.C.,
unanimemente atribuiu a autoria do quarto evangelho a João, o Apóstolo.
Irineu de Lyon (180 c.C)
Um dos mais importantes pais da Igreja, Irineu afirma
explicitamente que João, "o discípulo do Senhor, aquele que também se
reclinou sobre o peito [de Jesus], publicou ele mesmo um Evangelho enquanto
residia em Éfeso, na Ásia".
Irineu era discípulo de Policarpo, que por sua vez, teria
sido discípulo direto de João.
Patristica
Outras fíguras da Patristica como Teófilo de Antioquia
(século II) e Clemente de Alexandria (século II/III) também atestam a autoria
joanina.
Resumindo
Apesar dos debates acadêmicos modernos, a vasta maioria das
evidências Internas e Externas (históricas) aponta para João, o Apóstolo, filho
de Zebedeu, como o autor material do Evangelho que leva seu nome. Ele é
reconhecido como a testemunha ocular e a autoridade apostólica por trás deste
evangelho único e teologicamente profundo.
1.2 - A Data e o Local
A Data
O Evangelho de João, provavelmente escrito entre 60 d.C e
100 d.C., com a maioria dos estudiosos apontando para o período entre 80 e 95
d.C.
O Local
O Cenário é a Ásia Menor (especialmente Éfeso, onde a
tradição aponta que João o escreveu) no final do século I era de grande
fermentação cultural e religiosa.
1.3 - Os Destinatários
O Evangelho de João foi endereçado tanto a leitores judeus
quanto gentios. É perceptível que o Apóstolo João, o autor, tinha propósitos e
ênfases no seu escrito, a saber :
1 - Tornar conhecida a Mensagem Universal da Salvação
O propósito declarado de João é que as pessoas creiam que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que, crendo, tenham vida em Seu nome (Jo
20.30-31). Essa é uma mensagem universal de salvação que se estende a todos,
independentemente de sua origem étnica ou religiosa: "Estes, porém, foram
escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31).
2 - Aprofundar a Fé dos cristãos
João buscava aprofundar a fé dos cristãos já existentes,
sejam eles judeus ou prosélitos convertidos ao cristianismo, sejam eles,
gentios interessados no cristianismo. Sua linguagem e temas são habilmente
construídos para alcançar ambos grupos (judeus e gentios) e solidificar a
compreensão da divindade e da missão de Jesus.
Evidências de Destinatários Gentios
1 - Explicações de Costumes Judaicos
João frequentemente explica costumes judaicos e a geografia
palestina, o que seria desnecessário se estivesse escrevendo apenas para um
público judeu familiarizado com esses detalhes. Por exemplo, João traduz termos
hebraicos (como "Rabi" ou "Messias") e aramaicos (como
"Cefas") para o grego, e explica tradições judaicas, como a inimizade
entre judeus e samaritanos (Jo 4.9). Isso sugere que João tinha em mente
leitores que não eram judeus.
2 - Linguagem Filosófica Grega
João utiliza conceitos e termos que ressoavam com a cultura
grega, como o "Logo" (Verbo) no prólogo (Jo 1.1-18). Embora o
conceito de "Logos" tenha raízes judaicas, ele também era um termo
filosófico importante no pensamento grego, tornando a mensagem mais acessível
com formação helenística.
3 - Contraste com "Os Judeus"
O Evangelho de João usa frequentemente o termo "os
judeus" em um sentido que parece se
referir às autoridades judaicas que se opunham a Jesus, ou a uma parte da
população judaica que rejeitou sua mensagem. Essa distinção em vez de uma
identificação do autor com "os judeus", pode indicar que o autor
estava escrevendo para uma audiência mais ampla, que incluía não-judeus.
Evidências de Destinatários Judeus
1 - Foco da Identidade Judaica de Jesus
João apresenta Jesus como o Messias prometido nas Escrituras
Hebraicas e o cumprimento das festas e rituais judaicos (por exemplo, apresenta
Jesus como o "Pão da Vida" em referência ao maná).
2 - Diálogos com Figuras Judaicas
Grande parte do evangelho é composta por diálogos de Jesus
com líderes religiosos judeus como Nicodemos, ou com o povo em sinagogas e
durante as festas em Jerusalém. Esses debates abordam temas centrais para o
judaísmo, como a Lei, a aliança e a identidade do Messias.
3 - Questões Pós - 70 d.C.
Como mencionado anteriormente, o Evangelho de João foi
escrito em um período de crescente separação entre o cristianismo e o judaísmo.
O Evangelho, portanto, serve para reafirmar a fé cristã e a identidade de Jesus
para os cristãos de origem judaica que poderiam estar sob pressão ou
questionamento por sua fé.
2 - O Contexto Religioso
O Contexto Religioso do Evangelho de João era um caldeirão
de ideias:
a) Um judaísmo em reorganização e cada vez mais separado do
cristianismo.
b) A influência onipresente do Helenismo
c) O surgimento de movimentos heréticos que distorciam a
pessoa de Jesus (exemplo: Gnosticismo).
Nesse cenário, João se propõe a apresentar uma Cristologia
profunda e clara, reafirmando a divindade e a humanidade plenas de Jesus Cristo
para fortalecer a fé das comunidades cristãs e combater as falsas doutrinas.
2.1 - O Judaísmo e o Cristianismo
1 - Judaísmo Rabínico Pós 70 d.C.
A destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C. pelos romanos
foi um evento cataclísmico para o judaísmo. A partir de então, o judaísmo
passou por uma fase de reafirmação e reestruturação, centrando-se mais na Torá
e na sinagoga. Os fariseus, com sua ênfase na lei oral e escrita, tornaram-se a
força dominante, pavimentando o caminho para o que viria a ser o judaísmo
rabínico.
2 - Tensão e Separação com o Cristianismo
Nesse período, a distinção entre o judaísmo e o cristianismo
se acentuou drasticamente. Inicialmente, o cristianismo era visto como um seita
dentro do judaísmo. No entanto, a rejeição generalizada de Jesus como Messias
por parte das autoridades judaicas e a adesão de gentios ao cristianismo
criaram uma ruptura crescente. O Evangelho de João reflete essa tensão, usando
a expressão "os judeus" muitas vezes para se referir às autoridades
judaicas que se opunham a Jesus, e não a todo o povo judeu. A comunidade joanina,
que provavelmente incluía judeus convertidos, pode ter enfrentado hostilidade
ou até expulsão das sinagogas (referências como João 9.22; 12.42; 16.2 podem
refletir essa realidade).
3 - Diferenças Teológicas: Judaísmo x Cristianismo
a) Jesus e as Expectativas Messiânicas Judaicas
Evangelho de João apresenta uma Cristologia (doutrina sobre
Cristo) muito elevada, enfatizando a divindade preexistente de Jesus como o
Logos (Verbo). Isso contrastava com as expectativas messiânicas judaicas mais
tradicionais, que esperavam um Messias político-militar, e era um ponto de
discórdia significativo.
b) Os Judaizantes e a Lei Mosaica para a Salvação
Os Judaizantes condicionavam a salvação à observância da Lei
Mosaica, conforme escrito em Atos 15.1-5. Este era um dos debates mais cruciais
e definidores do cristianismo primitivo.
Os judeus convertidos ao cristianismo anteriormente
pertenciam à seita dos fariseus. Eles acreditavam que, para os gentios serem
verdadeiramente salvos e aceitos na comunidade cristã, eles precisavam primeiro
se tornar prosélitos do judaísmo, o que incluía a circuncisão e a observância
de toda a Lei Mosaica (incluindo as leis alimentares, guarda do sábado, etc.).
Para eles, a fé em Jesus não era suficiente por si só; a Lei ainda era um
requisito fundamental para a salvação.
Paulo e Barnabé se opuseram veemente a essa doutrina, pois
trazia uma série de implicações, algumas a saber:
1 - Negação da Suficiência da Graça
Implicaria que a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e a
fé Nele, não eram suficientes para a salvação. Seria necessária uma adição de
obras da lei.
2 - Obstáculos aos Gentios
Tornaria o cristianismo uma seita do judaísmo, exigindo que
os gentios adotassem uma série de rituais e costumes judaicos antes de se
tornarem cristãos. Isso seria um grande impedimento para a conversão.
3 - Divisão da Igreja
Causaria uma divisão profunda entre os cristãos de origem
judaica e os cristãos gentios, comprometendo a unidade do corpo de Cristo.
Essa questão crucial foi resolvida no concílio de Jerusalém
(Atos 15.6-29). Após intensos debates e testemunhos (notavelmente de Pedro,
Barnabé e Paulo), Tiago, o irmão de Jesus, deu a conclusão: os gentios não
precisavam ser circuncidados nem se submeter a toda a Lei Mosaica para serem
salvos. Essa decisão foi fundamental para afirmar que a salvação é pela graça,
mediante a fé em Jesus Cristo, e não pelas obras da Lei, abrindo caminho para
ao cristianismo se tornar uma religião global.
c) Não há nenhum intermediário entre o Criador e os seres
humanos
Essa doutrina central da fé judaica é um ponto de distinção
fundamental em relação a outras religiões, como o cristianismo.
A ideia de um intermediário divino ou humano para acessar
Deus ou para a salvação é contrária aos princípios centrais do judaísmo. A
ênfase é na relação direta e pessoal de cada indivíduo com o Deus único e
verdadeiro.
Apóstolo Paulo em contraste ao judaísmo afirmou :
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem" (1Tm 2.5)
2.2 - O Helenismo e o Cristianismo
1 - Cultura Greco-Romana Dominante
O mundo mediterrâneo estava profundamente imerso na cultura
helenística (grega) e romana. isso significava que a filosofia grega, os cultos
de mistério, a adoração do imperador e o sincretismo religioso eram
prevalentes.
2 - Filosofia Grega
Conceitos filosóficos gregos, como o Logos (Verbo, Razão,
Princípio Divino), eram amplamente conhecidos. João utiliza esse termo em seu
prólogo (João 1.1-18) para apresentar Jesus, demonstrando a universalidade de
Cristo e, ao mesmo tempo, combatendo certas visões filosóficas que poderiam
minimizar a encarnação.
3 - Sincretismo
Havia uma tendência a misturar elementos de diferentes
religiões e filosofias. O cristianismo, ao se apresentar como a verdade
exclusiva, desafiava essa mentalidade sincrética, especialmente quando se
tratava da adoração de outros deuses ou do imperador.
2.3 - O Gnosticismo e o Cristianismo
1 - Gnosticismo (ou proto-gnosticismo)
O gnosticismo era um movimento religioso e filosófico
complexo que floresceu nos primeiros séculos do cristianismo. Seus seguidores
acreditavam que a salvação vinha de um conhecimento secreto (gnosis) e que a
matéria era inerentemente má, enquanto o espírito era bom. Isso levava a visões
distorcidas sobre Jesus.
2 - Docetismo
Era uma forma de gnosticismo que ensinava que Jesus não
tinha um corpo físico real, mas apenas parecia ter um (do grego dokein,
"parecer"). Eles acreditavam que um ser divino perfeito não poderia
ter contato com a matéria impura.
3 - Rejeição da Ressurreição Corporal
Se o corpo é mau, a ressurreição física não fazia sentido.
Resposta de João ao Gnosticismo
O Evangelho de João pode ser visto como uma resposta
vigorosa a essas heresias. Ao enfatizar que "o Verbo se fez carne e
habitou entre nós" (Jo 1.14), João sublinha a plena humanidade de Jesus,
combatendo o docetismo. A ênfase na realidade dos "sinais" (milagres)
de Jesus e na ressurreição corporal de Lázaro e do próprio Cristo servem para
afirmar a bondade da criação material e a autenticidade da encarnação. A
preocupação de Tomé em tocar as feridas de Jesus ressuscitado (Jo 20.24-29)
também reforça a realidade física da ressurreição.
3 - O Propósito
3.1 - Um Evangelho Distinto dos Demais
O que são os Evangelhos Sinóticos ?
Os Evangelhos Sinóticos são os Evangelhos de Mateus, Marcos
e Lucas, e são chamados assim porque apresentam uma visão semelhante da vida,
ministério, morte e ressurreição de Jesus. A palavra "sinótico" vem
do grego "synopsis" que significa "ver juntos" ou "ver
do mesmo ponto de vista".
O Evangelho de Marcos seria o mais antigo (escrito entre 60
e 70 d.C); Mateus e Lucas teriam usado Marcos como base.
Quais são as Características dos Evangelhos Sinóticos ?
1. Conteúdo Semelhante: Eles compartilham muitas histórias,
ensinamentos, milagres e até mesmo palavras idênticas.
2. Estrutura Paralela: A ordem dos acontecimentos e os
relatos são muito parecidos
3. Linguagem e Estilo: Muitas frases aparecem com as mesmas
palavras em todos os três Evangelhos.
Por que o Evangelho de João não é Sinótico ?
O Evangelho de João é bastante diferente:
1. Tem Estilo e Linguagem mais Teológicos e Simbólicos
2. Enfatiza mais a Divindade de Jesus
3. Contém discursos longos, como os capítulos sobre o
"Bom Pastor" ou a "Videira Verdadeira"
4. Relata milagres exclusivos e omite vários eventos que
estão nos sinóticos (como a Última Ceia em forma de instituição).
3.2 - A Teologia Joanina
Resumidamente, as mensagens principais do Evangelho de João
são:
1. Jesus é o Filho de Deus e o Verbo Eterno
João apresenta Jesus como o Verbo (Logos) que existia desde
o princípio e que se fez carne (Jo 1.1,14). A divindade de Cristo é destacada
desde o início.
2. A Salvação vem pela Fé em Jesus
A salvação é oferecida a todos que creem em Jesus como o
Filho de Deus (Jo 3.16). A Fé e o meio pelo qual se obtém vida eterna.
3. Jesus dá vida eterna
A "vida eterna" é uma das expressões mais
repetidas. Essa vida começa agora para quem crê, não apenas após a morte (Jo
5.24).
4. Jesus é o único caminho para Deus
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao
Pai senão por mim" (Jo 14.6). João destaca a exclusividade de Cristo como
o mediador entre Deus e os homens.
5. A Presença e Ação do Espírito Santo
João chama o Espírito Santo de Consolador (Paráclito),
enviado por Jesus para guiar, consolar e ensinar os discípulos (Jo 14.26;
16.13).
6. Jesus realiza sinais para revelar sua glória
João seleciona sete sinais (milagres) com o propósito de
revelar a identidade divina de Jesus e levar as pessoas a fé (Jo 20.30-31).
7. Amor como Mandamento Central
Jesus dá o "novo mandamento": "Que vos ameis
uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13.34). O amor é a marca dos
discípulos de Jesus (Jo 13.35).
3.3 - João nos Ensina a Evangelizar
O Versículo de João 3:16
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna" (Jo 3.16)
Esse versículo é o mais conhecido da Bíblia, é considerado o
"coração da Bíblia" porque expressa de forma clara e profunda o plano
de salvação por meio de Jesus Cristo.
1. Resume o evangelho em uma frase: Fala do amor de Deus, do
sacrifício de Jesus e da promessa da vida eterna.
2. É amplamente citado em evangelismo: Usado por
missionários, pregadores, e em campanhas evangelísticas.
4. Fácil de memorizar e impactante: A mensagem é curta,
direta e poderosa.
O que João Enfatiza sobre o Evangelismo Pessoal ?
João enfatiza como é o Evangelismo Pessoal que devemos
praticar inspirados pelo modelo de Jesus em vários pontos, onde o comentarista
da nossa lição destacou três, a saber :
1. Quebra de Preconceito Social
O Evangelho de João apresenta Jesus desafiando abertamente
as normas sociais e os preconceitos de sua época. Um dos exemplos mais
marcantes é o encontro de Jesus com a mulher samaritana (João 4.1-42). Judeus e
Samaritanos tinham uma profunda inimizade e evitavam qualquer contato. No
entanto, Jesus quebra essas barreiras ao iniciar uma conversa com ela, pede-lhe
água e, em seguida, revela-se como o Messias.
Essa interação não só choca a mulher, mas também surpreende
os próprios discípulos de Jesus, que ficam admirados ao vê-lo conversando com
uma samaritana.
Além disso, Jesus discute com ela sobre adoração,
transcendendo as divisões geográficas e religiosas e afirmando que a verdadeira
adoração é em espírito e em verdade, acessível a todos, independentemente de
sua origem.
Esse episódio demonstra claramente a rejeição de Jesus ao
preconceito racial, religioso e de gênero, mostrando que o amor e a salvação de
Deus são para todos.
2. Valor do Perdão
Embora o Evangelho de João não contenha parábolas
específicas sobre o perdão como outros evangelhos (por exemplo, a parábola do
Filho Pródigo em Lucas), o tema do Perdão é central na sua mensagem,
especialmente em relação à missão de Jesus.
O Evangelho de João mostra que o propósito da vinda de Jesus
é oferecer a remissão dos pecados e a vida eterna a todos os que creem (João
3.16). O ato da cruz é o maior exemplo do amor perdoador de Deus pela
humanidade pecadora.
3. Amor pelos Perdidos
O evangelho de João destaca o profundo amor de Deus e de
Jesus pela humanidade, incluindo aqueles que são considerados
"perdidos" ou afastados de Deus. A famosa passagem de João 3.16 é o
pilar fundamental desse Amor pelos perdidos, ela inclui toda a humanidade,
todos os pecadores e aqueles que estão em trevas. Jesus é apresentado como o
"Bom Pastor" que dá a vida pelas suas ovelhas e busca aquelas que
estão perdidas (Jo 10.11-16). A morte de Jesus na cruz é o ato supremo desse
amor , um sacrifício para resgatar a humanidade de sua condição de
"perdida" por causa do pecado e reconduzi-la a Deus.