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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Lição 1: A Igreja que nasceu no Pentecostes

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4).

INTRODUÇÃO

A Igreja nasceu no dia de Pentecostes. Esse evento marcou o início de uma nova era: a era da Igreja.

O Pentecostes era uma das festas mais importantes dos judeus e acontecia cinquenta dias depois da Páscoa. Foi nesse dia especial que Deus derramou o Espírito Santo sobre todos os discípulos, batizando-os.

O derramamento do Espírito no Pentecostes marca o início da Igreja como uma comunidade de profetas, como foi profetizado por Joel (Jl 2.28). No livro de Atos, Lucas ensina que esse acontecimento tinha um significado especial para o fim dos tempos, pois já havia sido anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Além disso, o Pentecostes foi uma prova clara de que Jesus havia ressuscitado. O propósito desse derramamento do Espírito Santo foi dar poder à Igreja para testemunhar de Cristo ao mundo e levá-la à verdadeira adoração. Isso é o que veremos nesta lição.

 

I. A NATUREZA DO PENTECOSTES BÍBLICO

1. De natureza divina.

 Lucas relata que, por ocasião do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, foi ouvido do céu “um som, como de um vento veemente e impetuoso” que “encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2) e que “foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo” (At 2.3). Os estudiosos da Bíblia explicam que esses sinais são manifestações da presença de Deus, chamadas de “teofanias”. Isso significa que Deus se revelou de maneira visível e audível, assim como fez no Monte Sinai, quando entregou a Lei a Moisés. Naquela ocasião, houve trovões, relâmpagos e um som forte, e o povo ouviu a voz de Deus e viu um grande fogo (Êx 19.16). Moisés depois lembrou ao povo desse momento, dizendo: “desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo” (Dt 4.36).

 

2. Um evento paralelo ao Sinai. 

Assim como no Sinai, onde a presença de Deus se tornou real, como uma das experiências mais marcantes na história do antigo povo de Deus, de uma forma muito mais gloriosa e profunda, o Pentecostes marcou o Encontro do Espírito de Deus com a Igreja. Pentecostes, portanto, é a experiência do Espírito Santo. Lá no Sinai, a letra da Lei foi escrita em tábuas de pedras (Dt 9.10,11); aqui, no Pentecostes, a Palavra de Deus foi escrita nos corações (Jr 31.33; 2Co 3.3)!

 

3. Centrada em Cristo e nos tempos finais. 

Na sua pregação no dia de Pentecostes, Pedro deixou claro que esse evento estava totalmente ligado a Jesus. Ele mostrou que o derramamento do Espírito Santo estava diretamente relacionado à morte, ressurreição e ascensão de Cristo (At 2.23,24,32,33). Isso significa que, embora o Pentecostes seja uma manifestação do Espírito Santo, ele também é cristocêntrico, ou seja, tem Cristo como seu centro. Sem a cruz de Cristo, o Pentecostes perderia seu verdadeiro significado, pois não há Pentecostes sem a cruz. Além disso, Pedro explicou que o Pentecostes foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade. Quando Pedro usou a expressão “nos últimos dias” (At 2.17), ele mostrou que esse evento tinha um significado escatológico, ou seja, estava ligado ao plano de Deus para os tempos finais.

 

II. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES BÍBLICO

1. Promover a verdadeira adoração.

 As manifestações externas, como o som ou vento e o fogo ocorridas no Pentecostes, prendem nossa atenção. Contudo, não podemos perder de vista o que o Pentecostes produz internamente na vida do crente. Um dos propósitos marcantes do Pentecostes em Jerusalém foi promover a verdadeira adoração: “temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Logo, o Pentecostes que não adora não é bíblico. De fato, quando os gentios experimentaram o Pentecostes, eles também “magnificavam” a Deus (At 10.46). Da mesma forma, o apóstolo Paulo diz que um crente pentecostal, cheio do Espírito, dá “bem as graças” (1Co 14.17). O fogo pentecostal promove o verdadeiro louvor.

 

2. Poder para testemunhar

O Pentecostes tem uma dimensão escatológica, pois aconteceu “antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor” (At 2.20). No entanto, essa realidade dos últimos tempos não significa que a Igreja deve ter uma visão escapista, ou seja, desejar fugir do mundo a qualquer custo. O Pentecostes não foi dado para que os crentes se isolassem, mas para que fossem capacitados a testemunhar e viver no mundo até a volta de Cristo. A Igreja deve aguardar com esperança, mas também cumprir sua missão até o fim. Para cumprir essa missão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At 1.8). De fato, é isso o que acontece depois do Pentecostes (At 4.33).


III. CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO

 

 

 

1. Uma experiência específica

Em Atos dos Apóstolos, o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é mostrado como o “batismo no Espírito Santo” dos crentes (At 1.5,8). Naquele dia o Senhor Jesus batizou quase 120 pessoas no Espírito Santo (At 1.15; 2.4). Essas pessoas já eram regeneradas, isto é, salvas. Jesus já havia dito que elas já estavam limpas pela Palavra (Jo 15.3); e que seus nomes estavam arrolados nos céus (Lc 10.20). Eram, portanto, crentes. Contudo, Jesus as mandou esperar pela experiência pentecostal, isto é, o batismo no Espírito Santo (At 1.5). O Pentecostes bíblico é, por conseguinte, distinto da salvação. Na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção pentecostal (At 2.33).

 

2. Uma experiência definida e contínua. 

Como resultado do enchimento do Espírito Santo, os crentes “começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). A Escritura é clara em mostrar que a evidência inicial do batismo pentecostal foi os crentes falarem em outras línguas. Não há dúvidas de que outros resultados ou evidências do batismo no Espírito Santo se seguem. Contudo, foi o falar em línguas, não o sentir uma grande alegria ou mesmo um amor afetuoso demonstrado por eles, que deixou os crentes judeus convencidos de que os gentios haviam recebido o batismo no Espírito Santo (At 10.44-46).

 

3. As línguas e o amor.

 A evidência física e inicial ou sinal do batismo no Espírito Santo foi o falar em outras línguas. Não foi uma grande alegria ou um amor afetuoso que evidenciaram o batismo no Espírito Santo. Paulo, por exemplo, disse que “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). O apóstolo escreveu para uma igreja Pentecostal e o amor aparece aqui não como uma evidência de enchimento, mas de crescimento e maturidade em Cristo.

CONCLUSÃO

Como vimos, o Pentecostes marcou o início da era da Igreja. Jesus, agora glorificado, batizou os crentes no Espírito Santo (At 2.4), e o Espírito Santo os inseriu no Corpo de Cristo, que é a Igreja (1Co 12.13), cujo nascedouro foi no Pentecostes. Esse evento é essencial porque mostrou que Deus deseja uma Igreja capacitada para cumprir sua missão que é pregar o Evangelho ao mundo, tanto por palavras quanto por ações. No entanto, essa missão só pode ser realizada com êxito pelo poder do Espírito Santo.

 

 

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