Texto de Referência : João 1.2-10
1 - O Contexto Histórico
A Escrita do Evangelho de João, emerge de um contexto
histórico e religioso muito específico e desafiador para as primeiras
comunidades cristãs.
1.1 - A Autoria Material do Evangelho
A Autoria Material do Evangelho de João é tradicionalmente
atribuída a João, o Apóstolo, filho de Zebedeu e um dos doze discípulos mais
próximos de Jesus. Essa é a visão sustentada pela Igreja desde os primeiros
séculos do cristianismo e é apoiada por evidências internas e externas ao
próprio texto.
Evidências Internas do Evangelho
1) O Evangelho de João se refere a um "discípulo a quem
Jesus amava" em várias passagens-chave (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20).
Esse discípulo é retratado como estando em uma relação de grande intimidade com
Jesus.
2) O Evangelho de João não nomeia seu autor explicitamente,
todavia, no capítulo final, o texto afirma: "Este é o discípulo que dá
testemunho dessas coisas e que as escreveu. E sabemos que o seu testemunho é
verdadeiro" (Jo 21.24).
3) O "discípulo amado" estava presente em momentos
cruciais do ministério de Jesus como a última ceia (onde ele reclina a cabeça
no peito de Jesus), na crucificação (onde Jesus confia-lhe Maria, sua mãe as
seus cuidados), na corrida ao túmulo no dia da ressurreição. Sendo Tiago
martirizado cedo, João ficou como o mais provável apóstolo a ser o
"discípulo amado"
4) No Evangelho de João, o nome do apóstolo João nunca é
mencionado, enquanto outros apóstolos são frequentemente nomeados. A ausência
de seu nome, combinada com a presença de um discípulo anônimo que sugere que o
autor poderia ser o próprio João, referindo-se a si mesmo indiretamente.
5) O Evangelho de João contém detalhes vívidos e específicos
de eventos, como o número de jarros de água nas bodas de Caná (Jo 2.6), o peso
(cem arráteis) da mirra e do aloés usado no sepultamente de Jesus (Jo 19.39) e
o diálogo pessoal de Jesus. Isso sugere um autor que foi uma testemunha ocular
dos acontecimentos.
Evidências Externas do Evangelho
A tradição cristã primitiva, que remonta ao século II d.C.,
unanimemente atribuiu a autoria do quarto evangelho a João, o Apóstolo.
Irineu de Lyon (180 c.C)
Um dos mais importantes pais da Igreja, Irineu afirma
explicitamente que João, "o discípulo do Senhor, aquele que também se
reclinou sobre o peito [de Jesus], publicou ele mesmo um Evangelho enquanto
residia em Éfeso, na Ásia".
Irineu era discípulo de Policarpo, que por sua vez, teria
sido discípulo direto de João.
Patristica
Outras fíguras da Patristica como Teófilo de Antioquia
(século II) e Clemente de Alexandria (século II/III) também atestam a autoria
joanina.
Resumindo
Apesar dos debates acadêmicos modernos, a vasta maioria das
evidências Internas e Externas (históricas) aponta para João, o Apóstolo, filho
de Zebedeu, como o autor material do Evangelho que leva seu nome. Ele é
reconhecido como a testemunha ocular e a autoridade apostólica por trás deste
evangelho único e teologicamente profundo.
1.2 - A Data e o Local
A Data
O Evangelho de João, provavelmente escrito entre 60 d.C e
100 d.C., com a maioria dos estudiosos apontando para o período entre 80 e 95
d.C.
O Local
O Cenário é a Ásia Menor (especialmente Éfeso, onde a
tradição aponta que João o escreveu) no final do século I era de grande
fermentação cultural e religiosa.
1.3 - Os Destinatários
O Evangelho de João foi endereçado tanto a leitores judeus
quanto gentios. É perceptível que o Apóstolo João, o autor, tinha propósitos e
ênfases no seu escrito, a saber :
1 - Tornar conhecida a Mensagem Universal da Salvação
O propósito declarado de João é que as pessoas creiam que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que, crendo, tenham vida em Seu nome (Jo
20.30-31). Essa é uma mensagem universal de salvação que se estende a todos,
independentemente de sua origem étnica ou religiosa: "Estes, porém, foram
escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31).
2 - Aprofundar a Fé dos cristãos
João buscava aprofundar a fé dos cristãos já existentes,
sejam eles judeus ou prosélitos convertidos ao cristianismo, sejam eles,
gentios interessados no cristianismo. Sua linguagem e temas são habilmente
construídos para alcançar ambos grupos (judeus e gentios) e solidificar a
compreensão da divindade e da missão de Jesus.
Evidências de Destinatários Gentios
1 - Explicações de Costumes Judaicos
João frequentemente explica costumes judaicos e a geografia
palestina, o que seria desnecessário se estivesse escrevendo apenas para um
público judeu familiarizado com esses detalhes. Por exemplo, João traduz termos
hebraicos (como "Rabi" ou "Messias") e aramaicos (como
"Cefas") para o grego, e explica tradições judaicas, como a inimizade
entre judeus e samaritanos (Jo 4.9). Isso sugere que João tinha em mente
leitores que não eram judeus.
2 - Linguagem Filosófica Grega
João utiliza conceitos e termos que ressoavam com a cultura
grega, como o "Logo" (Verbo) no prólogo (Jo 1.1-18). Embora o
conceito de "Logos" tenha raízes judaicas, ele também era um termo
filosófico importante no pensamento grego, tornando a mensagem mais acessível
com formação helenística.
3 - Contraste com "Os Judeus"
O Evangelho de João usa frequentemente o termo "os
judeus" em um sentido que parece se
referir às autoridades judaicas que se opunham a Jesus, ou a uma parte da
população judaica que rejeitou sua mensagem. Essa distinção em vez de uma
identificação do autor com "os judeus", pode indicar que o autor
estava escrevendo para uma audiência mais ampla, que incluía não-judeus.
Evidências de Destinatários Judeus
1 - Foco da Identidade Judaica de Jesus
João apresenta Jesus como o Messias prometido nas Escrituras
Hebraicas e o cumprimento das festas e rituais judaicos (por exemplo, apresenta
Jesus como o "Pão da Vida" em referência ao maná).
2 - Diálogos com Figuras Judaicas
Grande parte do evangelho é composta por diálogos de Jesus
com líderes religiosos judeus como Nicodemos, ou com o povo em sinagogas e
durante as festas em Jerusalém. Esses debates abordam temas centrais para o
judaísmo, como a Lei, a aliança e a identidade do Messias.
3 - Questões Pós - 70 d.C.
Como mencionado anteriormente, o Evangelho de João foi
escrito em um período de crescente separação entre o cristianismo e o judaísmo.
O Evangelho, portanto, serve para reafirmar a fé cristã e a identidade de Jesus
para os cristãos de origem judaica que poderiam estar sob pressão ou
questionamento por sua fé.
2 - O Contexto Religioso
O Contexto Religioso do Evangelho de João era um caldeirão
de ideias:
a) Um judaísmo em reorganização e cada vez mais separado do
cristianismo.
b) A influência onipresente do Helenismo
c) O surgimento de movimentos heréticos que distorciam a
pessoa de Jesus (exemplo: Gnosticismo).
Nesse cenário, João se propõe a apresentar uma Cristologia
profunda e clara, reafirmando a divindade e a humanidade plenas de Jesus Cristo
para fortalecer a fé das comunidades cristãs e combater as falsas doutrinas.
2.1 - O Judaísmo e o Cristianismo
1 - Judaísmo Rabínico Pós 70 d.C.
A destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C. pelos romanos
foi um evento cataclísmico para o judaísmo. A partir de então, o judaísmo
passou por uma fase de reafirmação e reestruturação, centrando-se mais na Torá
e na sinagoga. Os fariseus, com sua ênfase na lei oral e escrita, tornaram-se a
força dominante, pavimentando o caminho para o que viria a ser o judaísmo
rabínico.
2 - Tensão e Separação com o Cristianismo
Nesse período, a distinção entre o judaísmo e o cristianismo
se acentuou drasticamente. Inicialmente, o cristianismo era visto como um seita
dentro do judaísmo. No entanto, a rejeição generalizada de Jesus como Messias
por parte das autoridades judaicas e a adesão de gentios ao cristianismo
criaram uma ruptura crescente. O Evangelho de João reflete essa tensão, usando
a expressão "os judeus" muitas vezes para se referir às autoridades
judaicas que se opunham a Jesus, e não a todo o povo judeu. A comunidade joanina,
que provavelmente incluía judeus convertidos, pode ter enfrentado hostilidade
ou até expulsão das sinagogas (referências como João 9.22; 12.42; 16.2 podem
refletir essa realidade).
3 - Diferenças Teológicas: Judaísmo x Cristianismo
a) Jesus e as Expectativas Messiânicas Judaicas
Evangelho de João apresenta uma Cristologia (doutrina sobre
Cristo) muito elevada, enfatizando a divindade preexistente de Jesus como o
Logos (Verbo). Isso contrastava com as expectativas messiânicas judaicas mais
tradicionais, que esperavam um Messias político-militar, e era um ponto de
discórdia significativo.
b) Os Judaizantes e a Lei Mosaica para a Salvação
Os Judaizantes condicionavam a salvação à observância da Lei
Mosaica, conforme escrito em Atos 15.1-5. Este era um dos debates mais cruciais
e definidores do cristianismo primitivo.
Os judeus convertidos ao cristianismo anteriormente
pertenciam à seita dos fariseus. Eles acreditavam que, para os gentios serem
verdadeiramente salvos e aceitos na comunidade cristã, eles precisavam primeiro
se tornar prosélitos do judaísmo, o que incluía a circuncisão e a observância
de toda a Lei Mosaica (incluindo as leis alimentares, guarda do sábado, etc.).
Para eles, a fé em Jesus não era suficiente por si só; a Lei ainda era um
requisito fundamental para a salvação.
Paulo e Barnabé se opuseram veemente a essa doutrina, pois
trazia uma série de implicações, algumas a saber:
1 - Negação da Suficiência da Graça
Implicaria que a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e a
fé Nele, não eram suficientes para a salvação. Seria necessária uma adição de
obras da lei.
2 - Obstáculos aos Gentios
Tornaria o cristianismo uma seita do judaísmo, exigindo que
os gentios adotassem uma série de rituais e costumes judaicos antes de se
tornarem cristãos. Isso seria um grande impedimento para a conversão.
3 - Divisão da Igreja
Causaria uma divisão profunda entre os cristãos de origem
judaica e os cristãos gentios, comprometendo a unidade do corpo de Cristo.
Essa questão crucial foi resolvida no concílio de Jerusalém
(Atos 15.6-29). Após intensos debates e testemunhos (notavelmente de Pedro,
Barnabé e Paulo), Tiago, o irmão de Jesus, deu a conclusão: os gentios não
precisavam ser circuncidados nem se submeter a toda a Lei Mosaica para serem
salvos. Essa decisão foi fundamental para afirmar que a salvação é pela graça,
mediante a fé em Jesus Cristo, e não pelas obras da Lei, abrindo caminho para
ao cristianismo se tornar uma religião global.
c) Não há nenhum intermediário entre o Criador e os seres
humanos
Essa doutrina central da fé judaica é um ponto de distinção
fundamental em relação a outras religiões, como o cristianismo.
A ideia de um intermediário divino ou humano para acessar
Deus ou para a salvação é contrária aos princípios centrais do judaísmo. A
ênfase é na relação direta e pessoal de cada indivíduo com o Deus único e
verdadeiro.
Apóstolo Paulo em contraste ao judaísmo afirmou :
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem" (1Tm 2.5)
2.2 - O Helenismo e o Cristianismo
1 - Cultura Greco-Romana Dominante
O mundo mediterrâneo estava profundamente imerso na cultura
helenística (grega) e romana. isso significava que a filosofia grega, os cultos
de mistério, a adoração do imperador e o sincretismo religioso eram
prevalentes.
2 - Filosofia Grega
Conceitos filosóficos gregos, como o Logos (Verbo, Razão,
Princípio Divino), eram amplamente conhecidos. João utiliza esse termo em seu
prólogo (João 1.1-18) para apresentar Jesus, demonstrando a universalidade de
Cristo e, ao mesmo tempo, combatendo certas visões filosóficas que poderiam
minimizar a encarnação.
3 - Sincretismo
Havia uma tendência a misturar elementos de diferentes
religiões e filosofias. O cristianismo, ao se apresentar como a verdade
exclusiva, desafiava essa mentalidade sincrética, especialmente quando se
tratava da adoração de outros deuses ou do imperador.
2.3 - O Gnosticismo e o Cristianismo
1 - Gnosticismo (ou proto-gnosticismo)
O gnosticismo era um movimento religioso e filosófico
complexo que floresceu nos primeiros séculos do cristianismo. Seus seguidores
acreditavam que a salvação vinha de um conhecimento secreto (gnosis) e que a
matéria era inerentemente má, enquanto o espírito era bom. Isso levava a visões
distorcidas sobre Jesus.
2 - Docetismo
Era uma forma de gnosticismo que ensinava que Jesus não
tinha um corpo físico real, mas apenas parecia ter um (do grego dokein,
"parecer"). Eles acreditavam que um ser divino perfeito não poderia
ter contato com a matéria impura.
3 - Rejeição da Ressurreição Corporal
Se o corpo é mau, a ressurreição física não fazia sentido.
Resposta de João ao Gnosticismo
O Evangelho de João pode ser visto como uma resposta
vigorosa a essas heresias. Ao enfatizar que "o Verbo se fez carne e
habitou entre nós" (Jo 1.14), João sublinha a plena humanidade de Jesus,
combatendo o docetismo. A ênfase na realidade dos "sinais" (milagres)
de Jesus e na ressurreição corporal de Lázaro e do próprio Cristo servem para
afirmar a bondade da criação material e a autenticidade da encarnação. A
preocupação de Tomé em tocar as feridas de Jesus ressuscitado (Jo 20.24-29)
também reforça a realidade física da ressurreição.
3 - O Propósito
3.1 - Um Evangelho Distinto dos Demais
O que são os Evangelhos Sinóticos ?
Os Evangelhos Sinóticos são os Evangelhos de Mateus, Marcos
e Lucas, e são chamados assim porque apresentam uma visão semelhante da vida,
ministério, morte e ressurreição de Jesus. A palavra "sinótico" vem
do grego "synopsis" que significa "ver juntos" ou "ver
do mesmo ponto de vista".
O Evangelho de Marcos seria o mais antigo (escrito entre 60
e 70 d.C); Mateus e Lucas teriam usado Marcos como base.
Quais são as Características dos Evangelhos Sinóticos ?
1. Conteúdo Semelhante: Eles compartilham muitas histórias,
ensinamentos, milagres e até mesmo palavras idênticas.
2. Estrutura Paralela: A ordem dos acontecimentos e os
relatos são muito parecidos
3. Linguagem e Estilo: Muitas frases aparecem com as mesmas
palavras em todos os três Evangelhos.
Por que o Evangelho de João não é Sinótico ?
O Evangelho de João é bastante diferente:
1. Tem Estilo e Linguagem mais Teológicos e Simbólicos
2. Enfatiza mais a Divindade de Jesus
3. Contém discursos longos, como os capítulos sobre o
"Bom Pastor" ou a "Videira Verdadeira"
4. Relata milagres exclusivos e omite vários eventos que
estão nos sinóticos (como a Última Ceia em forma de instituição).
3.2 - A Teologia Joanina
Resumidamente, as mensagens principais do Evangelho de João
são:
1. Jesus é o Filho de Deus e o Verbo Eterno
João apresenta Jesus como o Verbo (Logos) que existia desde
o princípio e que se fez carne (Jo 1.1,14). A divindade de Cristo é destacada
desde o início.
2. A Salvação vem pela Fé em Jesus
A salvação é oferecida a todos que creem em Jesus como o
Filho de Deus (Jo 3.16). A Fé e o meio pelo qual se obtém vida eterna.
3. Jesus dá vida eterna
A "vida eterna" é uma das expressões mais
repetidas. Essa vida começa agora para quem crê, não apenas após a morte (Jo
5.24).
4. Jesus é o único caminho para Deus
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao
Pai senão por mim" (Jo 14.6). João destaca a exclusividade de Cristo como
o mediador entre Deus e os homens.
5. A Presença e Ação do Espírito Santo
João chama o Espírito Santo de Consolador (Paráclito),
enviado por Jesus para guiar, consolar e ensinar os discípulos (Jo 14.26;
16.13).
6. Jesus realiza sinais para revelar sua glória
João seleciona sete sinais (milagres) com o propósito de
revelar a identidade divina de Jesus e levar as pessoas a fé (Jo 20.30-31).
7. Amor como Mandamento Central
Jesus dá o "novo mandamento": "Que vos ameis
uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13.34). O amor é a marca dos
discípulos de Jesus (Jo 13.35).
3.3 - João nos Ensina a Evangelizar
O Versículo de João 3:16
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna" (Jo 3.16)
Esse versículo é o mais conhecido da Bíblia, é considerado o
"coração da Bíblia" porque expressa de forma clara e profunda o plano
de salvação por meio de Jesus Cristo.
1. Resume o evangelho em uma frase: Fala do amor de Deus, do
sacrifício de Jesus e da promessa da vida eterna.
2. É amplamente citado em evangelismo: Usado por
missionários, pregadores, e em campanhas evangelísticas.
4. Fácil de memorizar e impactante: A mensagem é curta,
direta e poderosa.
O que João Enfatiza sobre o Evangelismo Pessoal ?
João enfatiza como é o Evangelismo Pessoal que devemos
praticar inspirados pelo modelo de Jesus em vários pontos, onde o comentarista
da nossa lição destacou três, a saber :
1. Quebra de Preconceito Social
O Evangelho de João apresenta Jesus desafiando abertamente
as normas sociais e os preconceitos de sua época. Um dos exemplos mais
marcantes é o encontro de Jesus com a mulher samaritana (João 4.1-42). Judeus e
Samaritanos tinham uma profunda inimizade e evitavam qualquer contato. No
entanto, Jesus quebra essas barreiras ao iniciar uma conversa com ela, pede-lhe
água e, em seguida, revela-se como o Messias.
Essa interação não só choca a mulher, mas também surpreende
os próprios discípulos de Jesus, que ficam admirados ao vê-lo conversando com
uma samaritana.
Além disso, Jesus discute com ela sobre adoração,
transcendendo as divisões geográficas e religiosas e afirmando que a verdadeira
adoração é em espírito e em verdade, acessível a todos, independentemente de
sua origem.
Esse episódio demonstra claramente a rejeição de Jesus ao
preconceito racial, religioso e de gênero, mostrando que o amor e a salvação de
Deus são para todos.
2. Valor do Perdão
Embora o Evangelho de João não contenha parábolas
específicas sobre o perdão como outros evangelhos (por exemplo, a parábola do
Filho Pródigo em Lucas), o tema do Perdão é central na sua mensagem,
especialmente em relação à missão de Jesus.
O Evangelho de João mostra que o propósito da vinda de Jesus
é oferecer a remissão dos pecados e a vida eterna a todos os que creem (João
3.16). O ato da cruz é o maior exemplo do amor perdoador de Deus pela
humanidade pecadora.
3. Amor pelos Perdidos
O evangelho de João destaca o profundo amor de Deus e de
Jesus pela humanidade, incluindo aqueles que são considerados
"perdidos" ou afastados de Deus. A famosa passagem de João 3.16 é o
pilar fundamental desse Amor pelos perdidos, ela inclui toda a humanidade,
todos os pecadores e aqueles que estão em trevas. Jesus é apresentado como o
"Bom Pastor" que dá a vida pelas suas ovelhas e busca aquelas que
estão perdidas (Jo 10.11-16). A morte de Jesus na cruz é o ato supremo desse
amor , um sacrifício para resgatar a humanidade de sua condição de
"perdida" por causa do pecado e reconduzi-la a Deus.
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