A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos, é luz que ilumina o meu caminho. (Sl 119.105 NTLH).
A ideia de que a palavra de Deus fornece luz aparece em outras partes do Antigo Testamento (cf. Pv 6.23). Ele reconhece que sem o ensino e diretriz de Deus andamos em trevas.
A palavra guia de forma negativa ao proibir certos padrões de comportamento.
Também guia de forma positiva ao mostrar o caminho certo.
A relação entre Sl 119.105 e Tiago 1.19-27 está na funcionalidade da Palavra de Deus como fonte de direção, iluminação e transformação prática na vida cristã.
RESUMO DA LIÇÃO
A autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus por meio da escuta atenta, obediência e serviço, conforme o exemplo de Jesus.
• "A autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus". Este ponto está perfeitamente alinhado com a mensagem de Tiago 1.22: "Sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes". A autenticidade cristã não se limita à teoria ou conhecimento teológico, mas deve ser visível em ações que refletem os princípios de Cristo.
"Por meio da escuta atenta". Tiago 1.19 destaca a importância de ser "pronto para ouvir". O cristão deve ter um coração receptivo e um espírito ensinável, reconhecendo sua necessidade contínua de aprender da Palavra de Deus. No mundo atual, onde há excesso de palavras e opiniões, a prática de ouvir bem se torna ainda mais valiosa e rara.
• "Obediência". Ouvir é o primeiro passo, mas obediência é o que transforma a Palavra em vida. Tiago nos lembra que devemos receber a Palavra com mansidão (v. 21), mas também agir sobre ela. Deus se agrada quando confiamos e obedecemos à Sua vontade, mesmo quando isso exige sacrifício. Que possamos nos lembrar das palavras de Jesus: "Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos" (Jo 14.15). Obediência é uma resposta de amor a um Deus que nos ama infinitamente.
• "E serviço". O serviço é outra marca fundamental de uma fé autêntica, como descrito em Tiago 1.27: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo." O cuidado pelos necessitados e vulneráveis é uma manifestação prática do amor cristão. Esse serviço deve ser acompanhado por uma vida íntegra, resistindo às influências corruptoras do mundo.
• "Conforme o exemplo de Jesus". Jesus é o modelo perfeito de vida cristã. Ele ouviu as pessoas com atenção, foi obediente ao Pai até o fim, e serviu com amor incondicional. Ele nos mostrou como caminhar em humildade, compaixão e integridade. Se desejamos viver uma fé autêntica, precisamos seguir os passos do nosso Mestre. Que cada atitude nossa seja um reflexo d’Aquele que nos amou primeiro.
I. PRONTO PARA OUVIR, TARDIO PARA FALAR E SE IRAR (Tg 1.19)
Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. (Tg 1.19,20 NVI).
A fim de que a semente da Palavra possa ser plantada em nosso coração, devemos obedecer às instruções que Tiago nos dá.
1.1 Pronto para ouvir (v. 19).
A LIÇÃO DIZ: Tiago nos aconselha a sermos "prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar". Ouvir atentamente é o primeiro passo para compreender a Palavra de Deus e então aplicá-la a nossa vida.
Texto que colaboram com a verdade apresentada no subponto: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mt 13.9). "E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo" (Rm 10.17).
Zenão, o pensador antigo, dizia: “Temos dois ouvidos, mas apenas uma boca; assim podemos escutar mais e falar menos”. Temos de considerar ainda que nossos ouvidos são externos, mas nossa língua está amuralhada de dentes. É preciso que estejamos prontos para ouvir a voz de Deus, a voz da consciência, a voz de nosso próximo. Hoje estamos perdendo o interesse em ouvir, e o resultado disso é a família em desarmonia, é a sociedade fragmentada.
Assim como o servo está preparado para ouvir a voz do seu senhor e a mãe está preparada para ouvir até o menor choro de seu bebê, o cristão também deve estar pronto para ouvir o que Deus tem a dizer.
Encontramos uma bela ilustração dessa verdade na vida do rei Davi (2 Sm 23.14-17). Ele se escondia dos filisteus que haviam tomado a cidade de Belém. Ansiou por um pouco de água fresca do poço de Belém, poço do qual ele havia bebido com frequência em sua infância e juventude. Não deu uma ordem a seus homens, mas simplesmente sussurrou: "Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém!" (2 Sm 23.15). Três de seus homens valentes ouviram seu rei suspirar pela água e arriscaram a vida para consegui-la. Mostraram-se "prontos para ouvir".
1.2 Tardio para falar (v. 19).
A LIÇÃO DIZ: Tiago nos exorta a sermos cuidadosos e a refletir antes de abrir a boca e fazer uso das palavras. Esse cuidado nos leva a evitar respostas impulsivas, precipitadas, que podem causar mal a nós ou àqueles que nos ouvem.
Salomão teria concordado plenamente com Tiago. O rei sábio disse: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína” (Pv 13.3). E também advertiu: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pv 10.19).
Quando Tiago diz que devemos ser tardios para falar, não defende a ideia de que devemos fazer um voto de silêncio. Pelo contrário, ele quer que sejamos sábios em nosso falar.
Precisamos estar atentos sobre o que falamos, como falamos, quando falamos, com quem falamos e por que falamos.
A palavra “tardio”, no grego, é brádys. Essa palavra dá a ideia de uma pessoa que tem dificuldades intelectuais para compreender logo de início o que lhe foi dito; e necessita, portanto, de tempo para reflexão. O que Tiago quer dizer é que devemos refletir primeiro, e não falar de imediato. É preciso saber a hora de falar e também o que falar. O que temos a dizer é verdadeiro? É oportuno? Edifica? Transmite graça aos que ouvem?
Geralmente falamos antes de pensar, de ouvir, de orar, de medir as consequências. Devemos ter muito cuidado com isso, pois: “A morte e a vida estão no poder da língua…” (Pv 18.21). As palavras podem dar vida ou matar. Há um provérbio inglês que diz: “Tu és senhor da palavra não dita; a palavra dita é teu senhor”. Por isso, Davi orava a Deus e pedia: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!” (Sl 141.3).
1.3 Tardio para se irar.
A LIÇÃO DIZ: Tiago revela a necessidade de o crente desenvolver o controle emocional e a paciência, fruto do Espírito, para que ele não venha a dar lugar à ira e se torne uma pessoa iracunda. Tenha a certeza de que o furor leva a ações e palavras das quais nos arrependemos mais tarde, fazendo com que venhamos a ferir a nós e ao próximo.
A maior demonstração de força está no autodomínio, e não no domínio sobre os outros. “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade” (Pv 16.32). Em geral, a ira humana é desgovernada, destruidora e pecaminosa. É obra da carne, e não opera a justiça de Deus.
Há dois perigos com respeito à ira: primeiro, a explosão da ira, ou seja, o temperamento indisciplinado. Segundo, a implosão da ira, ou seja, o temperamento encavernado. Uns atacam e quebram tudo à sua volta quando estão irados. Outros guardam a ira e levam-na para o seu interior. Mas essa fera enjaulada destrói tudo por dentro: a saúde, a paz e a comunicação com Deus e com o próximo.
Wiersbe conta que certa vez, viu um cartaz que dizia: "A paciência é preciosa demais para ser perdida". Tiago nos adverte a não nos irarmos contra a Palavra de Deus, pois ela revela nossos pecados. Como o homem que quebrou o espelho porque não gostou do reflexo que viu, assim as pessoas se rebelam contra a Palavra de Deus porque ela diz a verdade sobre sua vida e seus pecados.
II. AÇÕES REFERENTES Á PALAVRA DE DEUS
2.1 Receber a Palavra com mansidão.
A LIÇÃO DIZ: Tiago (NVT) nos encoraja a receber com mansidão a Palavra em nós implantada. Isso significa reconhecer que não sabemos tudo, que temos sempre algo a aprender. Temos a necessidade de orientação diária de Deus, mantendo um coração ensinável.
Tiago vislumbrava o coração humano como um jardim que, se deixado por conta própria, produziria apenas ervas daninhas. Ele nos insta a "capinar o terreno" e a preparar o solo para a Palavra de Deus "implantada" em nós.
O texto bíblico diz:
Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los. (Tg 1.21 NVI).
Tiago especifica o modo como eles deveriam acolher a Palavra:
• Antes de tudo, deveriam preparar-se para tal: despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade.
a. Despojar-se significa “despir as roupas”, aqui usado figuradamente para “renunciar” ou “rejeitar” (ARC) aquilo que impede a palavra implantada de dar fruto. Nas Escrituras é frequente o apelo para que o servo de Deus se despoje, isto é, renuncie ao pecado. No Antigo Testamento, os profetas apelavam para que o povo lançasse fora os ídolos, as maldades e os pecados (veja Is 2.20; 30.22; Ez 18.31). No Novo Testamento, os autores inspirados fazem a mesma coisa (cf. Ef 4.22,25; Cl 3.8; 1Pd 2.1; “desembaraçar-se”, Hb 12.1;“deixemos”, Rm 13.12). Para que a palavra implantada realize a sua obra, é preciso que limpemos o terreno do nosso coração.
b. Tiago identifica aquilo que deve ser renunciado: primeiro, toda impureza. A expressão é usada para se referir a todo tipo de impureza, o que deve incluir impureza sexual, muito embora esse geralmente não fosse um problema nas comunidades judaico-cristãs, e sim naquelas provindas do gentilismo.
c. Segundo, acúmulo de maldade. A palavra acúmulo significa, literalmente, “abundância”. O Novo Testamento fala da abundância da graça (Rm 5.17), da abundância de alegria (2Co 8.2). Aqui Tiago se refere à abundância da maldade. A expressão pode muito bem significar todas as manifestações da maldade, da malignidade, da malícia, do desejo mau de ferir ou machucar alguém. Contudo, a palavra acúmulo também pode significar “excesso”, não somente no sentido daquilo que excede, mas também daquilo que sobra. Nesse caso, uma interpretação possível seria; “despojai-vos daquilo que ainda resta da maldade em vosso coração”. Esse é provavelmente o melhor sentido.
• Além de preparar o coração, deveriam receber a palavra com mansidão, não com ira, como o solo suave que foi preparado para receber a semente (cf. Lc 8.8 e 8.15). Significa uma atitude de abertura e disposição para ouvir, acolher e obedecer a Palavra pregada.
2.2 Receber e praticar a Palavra.
A LIÇÃO DIZ: A prática da Palavra de Deus leva à transformação pessoal e, por essa razão, Tiago exorta os seus leitores a serem "cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (v.22). Ler, meditar e não praticar os preceitos divinos é tolice. Na atualidade, muitos têm o conhecimento, a informação, a formação teológica, mas não são praticantes da Palavra e o conhecimento torna-se apenas teórico. Deus deseja que você conheça a sua Palavra e a pratique, pois a verdadeira fé cristã se manifesta em ações.
A Bíblia diz:
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. (Tg 1.22 NVI).
Não basta ouvir a Palavra; também se deve colocá-la em prática. Muitas pessoas têm a ideia equivocada de que ouvir um bom sermão ou estudo bíblico é o que as faz crescer e receber a bênção de Deus. Não é o ouvir, mas sim o praticar que resulta em bênção. Inúmeros cristãos costumam marcar passagens na Bíblia, mas nunca marcam a própria vida! Os que acreditam que são espirituais só porque ouvem a Palavra enganam a si mesmos.
2.3 Receber a Palavra e obedecê-la.
A LIÇÃO DIZ: A obediência à Palavra de Deus nos leva a desfrutar de uma vida abundante. Tiago afirma que a prática da Palavra promove felicidade: "Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito" (Tg 1.25).
Por que Tiago chama a lei de Deus de “lei perfeita, lei da liberdade?” É porque quando a obedecemos, Deus nos liberta. Aquele que comete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). Disse Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31,32). O Evangelho é chamado de lei perfeita em contraste com a lei de Moisés, que era limitada e incapaz de livrar o pecador de seu estado de condenação e culpa.
Portanto, os destinatários da carte escrita por Tiago, conforme o texto bíblico deveriam:
• Em primeiro lugar, considera-la com máxima atenção. O termo “atenta” significa examinar cuidadosamente.
• Em segundo lugar, eles deveriam perseverar. Perseverar significa permanecer firme, continuar praticando o que foi aprendido. No original grego, a ideia é seguir em frente com determinação. Assim, a verdadeira felicidade não vem apenas de ouvir ou aprender sobre o Evangelho, mas de vivê-lo na prática, mesmo diante de dificuldades e desafios.
• Em terceiro lugar, não ser ouvinte esquecido. O ouvinte esquecido é aquele que ouve a Palavra de Deus, mas não a guarda no coração nem a aplica em sua vida. Ele pode até sentir-se tocado momentaneamente, mas, ao sair, logo se esquece do que ouviu, como se aquelas verdades nunca tivessem sido ditas. Ou, mesmo que não esqueça, ele se faz negligente não dando a devida importância ao que foi dito.
• Em quarto lugar, esse praticante será bem-aventurado em suas ações. Tiago já havia afirmado que a pessoa que suporta as provações é abençoada (Tg 1.12). Agora ele acrescenta que aquele que coloca em prática a Palavra de Deus também experimenta bênçãos em tudo o que faz. A ideia pode ser ilustrada pelo Salmo 1.1-3, que descreve:Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do SENHOR, e nessa lei medita dia e noite. É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!
Nesse sentido, Tiago afirma que quem vive segundo a Palavra de Deus será recompensado, não apenas porque os princípios bíblicos conduzem ao sucesso, mas porque Deus abençoa os que lhe obedecem.
Contudo, há outra interpretação possível. A felicidade do praticante fiel pode não estar ligada a sucessos materiais ou à ausência de problemas, mas à promessa da vida eterna – a coroa da vida mencionada anteriormente (Tiago 1.12). Afinal, colocar a Palavra de Deus em prática não nos torna imunes às aflições desta vida nem garante que tudo o que fizermos dará certo.
III. A PALAVRA E A VERDADEIRA RELIGIÃO
Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum! A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo. (Tg 1.26,27 NVI).
3.1 A religião pura e imaculada.
A LIÇÃO DIZ: A verdadeira religião manifesta-se em atos e palavras, pois Deus espera de seus filhos ações condizentes com a nova vida em Cristo (2 Co 5.17), ou seja, ações mais éticas, de compaixão e misericórdia. Sabemos que nas Escrituras existem várias recomendações para que venhamos a cuidar dos órfãos e das viúvas, ou seja, dos mais vulneráveis. Por essa razão, Tiago enfatiza que os atos de bondade, misericórdia e amor revelam uma fé autêntica. Cuidar dos necessitados é uma demonstração prática do amor de Cristo (Mt 25.35-40).
"Se alguém se considera religioso..." Tiago começa com uma frase simples que nos faz pensar sobre a realidade da nossa vida. Muitas pessoas que frequentam cultos, oram ou até jejuam podem se considerar religiosas. Mas Tiago nos ensina que isso, por si só, não significa ser verdadeiramente religioso.
Essas práticas podem ser apenas uma demonstração externa, algo feito por hábito ou para parecer devoto diante dos outros. Isso é chamado de formalismo – uma religiosidade vazia, sem transformação verdadeira.
Então, o que é religião de verdade? Tiago explica. Primeiro, ele diz o que a religião não é: não é aquilo que imaginamos ser suficiente, como só participar de atividades religiosas. Depois, ele nos mostra o lado positivo: a verdadeira religião é vivida quando a pessoa controla sua língua. Isso significa que o modo como falamos – com palavras cheias de amor, verdade e sabedoria – reflete uma fé genuína que transforma o coração.
Se alguém não consegue controlar sua língua, sua religião perde todo o valor. A língua descontrolada pode ser usada para mentir, xingar, fazer juramentos impróprios, criticar os outros ou falar palavrões.
Do ponto de vista humano, muitas vezes palavras ditas de forma precipitada, pequenas mentiras, enganos sutis ou piadas impróprias parecem algo sem importância. Mas, na perspectiva de Deus, essas coisas são muito sérias. Elas violam o grande mandamento de amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como a si mesmo.
Quando não obedecemos a esse mandamento, nossa religião se torna vazia e sem sentido diante de Deus. A verdadeira fé é demonstrada não apenas pelo que dizemos, mas pelo cuidado que temos com as palavras que saem da nossa boca.
“A religião que Deus, nosso Pai, aceita como pura e sem mácula.” Quando Tiago usa a expressão “Deus, nosso Pai”, ele traz à tona a ideia de família. Somos filhos de Deus porque Ele é nosso Pai. E, como Pai amoroso, Deus espera que demonstremos respeito e amor por Ele, por nossos irmãos e irmãs na fé e por todas as pessoas (Gl 6.10).
Dentro da família de Deus, o amor é a característica principal, pois Deus é amor. Ele nos dá o exemplo de como devemos agir. Veja alguns versículos que mostram essa característica divina:
“Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada.” (Sl 68.5).
“O Senhor guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva.” (Sl 146.9)
“Faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro.” (Dt 10.18).
“Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas.” (Mt 6.32).
Se Deus dá o exemplo, Ele também espera que nós, seus filhos, sigamos esse caminho. Quando seguimos o exemplo de Deus, demonstramos uma religião que é “pura e sem mácula”.
Havia uma quantidade muito grande de órfãos e viúvas no mundo da época, causada pelas guerras constantes, as pestes e a fome. A segunda marca da verdadeira religião, segundo Tiago, é assistir essas pessoas, ajudá-las em suas necessidades.
3.2 Vida irrepreensível.
A LIÇÃO DIZ: Tiago nos adverte a vivermos de modo santo, ou seja, sem a mácula do mundo. Isso implica viver de acordo com os princípios bíblicos, resistindo às influências da nossa cultura. Uma vida incontaminada é um testemunho poderoso da autenticidade da nossa fé.
Quando Tiago usa a palavra "mundo", ele está se referindo a tudo que é contrário a Deus – o sistema de valores de uma humanidade perdida e mergulhada no pecado. Esse "mundo" é marcado pela cobiça, pela busca desenfreada por prazeres e pelas guerras (Tg 4.1–3).
Para Tiago, o "mundo" se opõe diretamente a Deus. Por isso, ele diz que quem é amigo do mundo se torna inimigo de Deus (Tg 4.4). Assim, guardar-se incontaminado do mundo significa amar a Deus de todo o coração e rejeitar os comportamentos imorais que caracterizam a humanidade caída.
Em resumo, Tiago nos ensina que a verdadeira religião, aquela que é pura e sem mácula diante de Deus, tem duas características principais: amar o próximo como a si mesmo e amar a Deus acima de todas as coisas. Essa é a essência da fé prática que Tiago enfatiza ao longo de toda a sua carta.
Para nós, o desafio continua o mesmo: viver uma fé que vai além das palavras, demonstrando nosso amor a Deus e ao próximo por meio de nossas ações e escolhas diárias. Que possamos, com a ajuda do Espírito Santo, nos guardar da contaminação do mundo e viver para a glória de Deus!
CONCLUSÃO
Aplicações Práticas:
1. Ouvir com atenção – Em um mundo repleto de ruídos e distrações, devemos cultivar uma escuta ativa e receptiva à Palavra de Deus. Isso envolve não apenas ouvir os sermões e estudos bíblicos, mas também estar atentos à voz de Deus no nosso cotidiano, através de oração, meditação e estudo da Bíblia.
2. Obedecer à Palavra – A obediência à Palavra de Deus vai além de conhecer seus princípios; é fundamental colocá-los em prática. Portanto, é preciso coragem para tomar decisões difíceis, agir de maneira contrária ao que o mundo propõe e viver de acordo com os ensinamentos de Cristo, mesmo quando isso exige sacrifício.
3. Praticar o serviço – O amor cristão deve ser visível em nossas atitudes diárias.
4. Controlar a língua –Devemos sempre procurar falar com sabedoria, graça e amor, refletindo o caráter de Cristo em nossas conversas.
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