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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

EM PERMANENTE VIGILANCIA- O CHAMADO A SANTIDADE E A PREPARACAO

 


Introdução
O texto de referência : Apocalipse 2.1-5

1 - As Igrejas na Ásia
Jesus revelou às sete igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes , Filadélfia e Laodiceia para instruí-las na verdade; elas estavam se perdendo em desvios doutrinários resultando no esfriamento espiritual e Ele estava chamando-as ao arrependimento (Ap 3.19).

As sete igrejas têm um significado espiritual para os crentes de hoje, representando diferentes tipos de indivíduos e igrejas ao longo da história.

1.1 - Éfeso

Claudionor de Andrade: Éfeso era uma igreja apologética por excelência. O preparo bíblico e teológico de Éfeso era singular. Afinal, tivera o privilégio de ter como pastor, durante três anos, o maior teólogo do Cristianismo (At 20.31). Durante esse tempo, Paulo lhe expôs todo o conselho de Deus (At 20.27). Pode haver um curso bíblico mais completo? E a epístola que o apóstolo lhes enviou? (Ef 1.1-5). Aqueles cristãos doutoraram-se na Palavra de Deus [7]

Qual era o Problema da Igreja de Éfeso ?
Eles não permitiam a entrada de heresias na Igreja, todavia, essa igreja não
possuía apenas virtudes, também tinha um grave problema, Claudionor de
Andrade pontuou :
1. Um grave problema
Sim, havia um sério problema com a Igreja de Éfeso (esqueceram do
primeiro amor). Se ela foi de fato, pastoreada pelo discípulo do amor, como
veio a esquecer-se, justamente, do primeiro amor? [7]
2. O primeiro amor
Não sei como definir o primeiro amor, mas posso senti-lo. Para mim, é a
alegria da salvação que o salmista temia perder (Sl 51.12). Sim, uma alegria
que nos impulsiona a declarar toda a nossa afeição a Deus: "Amo o Senhor"
(Sl 116.1). O primeiro amor é o enlevo que, no início, fez com que os efésios
vivessem nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1.3). É também a
disposição que leva o obreiro a semear, num misto de lágrimas e júbilo, a
preciosa semente do Evangelho (Sl 125.5) [7]
3. Amnésia do amor

Sendo o primeiro amor tão sublime e inefável, pode alguém vir a esquecê-
lo? Apesar de Éfeso ainda entregar-se denodadamente à obra de Deus, não

mais se entregava amorosamente ao Deus da obra. Embora teológica e
biblicamente ortodoxa, já não conservava o ardor daquele sentimento que,
um dia, fez a Sulamita palpitar pelo esposo: "Eu sou do meu amado, e o meu
amado é meu; ele se alimenta entre os lírios" (Ct 6.3). Era-lhe, urgente, pois,
voltar ao primeiro amor. [7]
Claudionor de Andrade: Esquecer o primeiro amor não é incidente
teológico, é queda espiritual. Semelhante pecado demanda contrição e
arrependimento [...] Se as obras sem a fé nada são, o que delas resta sem o
amor? Até mesmo o auto-sacrifício sem amor nada é, conforme destaca o
apóstolo Paulo: "E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para
sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitará" (1Co 13.3).
Sem amor não pode haver Cristianismo. Sua base é o amor primeiro e belo
do início da nossa fé. Um amor que jamais deve morrer, mas renovar-se a
cada manhã. Se você já não ama a Cristo como antes, arrependa-se desse
pecado grave e evite que as consequências se agravem. Voltar ao primeiro
amor não significa à imaturidade espiritual, mas ao ardor do início da nossa
fé. Lembre-se e onde caiu. Volte imediatamente ao primeiro amor. [7]

1.2 - Laodiceia
Qual era a Situação Espiritual da Igreja de Laodiceia ?
Claudionor de Andrade pontuou :
1. Mornidão Espiritual
Se fosse fria, buscaria o calor de um avivamento; se quente, espalharia esse
mesmo avivamento até os confins da terra. Morna, porém, faz-se indiferente
a Deus e à sua Palavra. Por isto, o Senhor repreende-a: "Eu sei as tuas
obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!" (Ap
3.15). [7]
2. Arrogância Espiritual
Além dessa indiferença doentia e crônica às coisas de Deus, o anjo da Igreja
em Laodiceia era soberbo e arrogante. Supunha que, por ser rico e de nada

ter falta, achava-se acima das providências divinas. A prosperidade levara-
o ao orgulho fatal. Somente um tolo diria tal coisa: "Rico sou, e estou

enriquecido, e de nada tenho falta" (Ap 3.17) ... Comporta-se assim as igrejas
que, por causa de sua prosperidade material, julgam-se ricas, mas espiritual
e ministerialmente são paupérrimas (pobre de espírito). [7]
3. Falta de percepção do próprio eu
Apesar de todos os seus bens materiais, Laodiceia em nada diferia de um
esmoler (carência) espiritual: "e não sabes que és um desgraçado, e

miserável, e pobre e cego, e nu" (Ap 3.17). Se Adão após a Queda percebeu-
se nu, o pastor da igreja em Laodiceia julgava-se bem vestido e ornado. Se

o primeiro homem teve os olhos abertos para enxergar a própria nudez, o
anjo de Laodiceia achava-se, mesmo despido, em trajes de gala. E se Adão,
reconhecendo a própria carência, coseu aventais da figueira, aquele obreiro,
embora descoberto, desfiava toda a sua nudez diante das ovelhas.
Infelizmente, ninguém tinha coragem de dizer que o pastor estava nu. Foi
preciso que o Pastor dos pastores endereçasse-lhe uma enérgica carta
apontando-lhe a nudez, a pobreza e a cegueira espiritual. [7]
A situação espiritual de quem vive na mornidão espiritual é repugnante ao
Senhor (Ap 3.16) porque a pessoa está em cima do murro, servindo a dois
senhores, um pé no reino de Deus e outro nas trevas, uma hora servindo a
Deus e outra hora fazendo a vontade do príncipe deste mundo.
Jesus disse: "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará
o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir
a Deus e a Mamom (dinheiro)" (Mt 6.24).
Subsídio Teológico
Laodiceia era um rico centro de comércio. A prosperidade era a causa da
mornidão daquela igreja. Eles haviam se tornado ricos e cheios de bens
materiais. Com o dinheiro que já tinham, multiplicavam ainda mais suas
posses. Estavam, agora, tão envolvidos com a vida material que eram
induzidos a negligenciar a espiritual (Mt 13.22).

Esta igreja não havia sofrido nenhuma perseguição. Não havia sido invadida
pelas falsas doutrinas nem pelos falsos apóstolos. Para as outras igrejas,
sua situação era excelente, ideal.
Os cristãos de Laodiceia haviam se tornado tão satisfeitos e eufóricos
comas coisas que o dinheiro pode comprar, que foram levados a perder o
desejo pelas coisas de Deus.
Infelizmente, não haviam aprendido ainda a "viver em prosperidade" (Fp
4.12), como resultado, sua satisfação era falsa por ignorarem as coisas de
Deus. [8]
1.3 - A Permanente Vigilância
O crente deve viver em permanente vigilância, durante sua caminhada cristã
não pode perder o primeiro amor e nem ficar no estado da mornidão
espiritual, precisa manter o mesmo vigor de quando encontrou-se com
Cristo. Existem alguns sinais de que nossa vida espiritual não anda boa,
vejamos alguns :
1. Apatia e Indiferença as coisas de Deus
2. Falta de vontade de orar ou ler a Bíblia
3. Louva e adora a Deus sem fervor, sem vida
4. Sente atraído pelas coisas do mundo
5. Sente que já perdeu o temor a Deus
6. Sente que tudo que tem a ver com a fé cansa

7. Lamenta não sentir a presença de Deus, mas não tem forças para buscá-
lo.

2 - O Movimento Montanista
2.1 - O Propósito do Movimento Montanista
O Movimento Montanista é considerado a primeira manifestação histórica
comunitária espontânea de valorização dos dons espirituais, surgiu na
região da Frígia, por volta de 156-157 (a quem diga 172), fundado por
Montano, um religioso e profeta da Ásia Menor.
Foi um movimento forte, inclusive atraiu Tertuliano, um dos maiores autores
apologéticos do cristianismo, que rompeu com a Igreja Ortodoxa para fazer
parte do Movimento Montanista. Tertuliano adotou um código moral que foi
notável por seu rigor, a história conta que até o movimento Montanista faltou
com o rigor que o satisfizesse, de tal modo, que mais tarde o fez romper com
os Montanistas para formar o seu próprio movimento, os Tertulianistas.
Voltando ao Movimento Montanista, esse movimento combateu o
mundanismo que tentava invadindo as igrejas cristãs e tentava resgatar a
manifestação dos dons espirituais.

2.2 - Os Excessos do Movimento
Montanista
Os Montanistas são mencionados pelos escritores eclesiásticos como
hereges que precisavam ser combatidos pois negavam toda autoridade
eclesiástica e se colocavam como autoridade do Espírito Santo, exigindo
uma fé incondicional e absoluta obediência às suas ordens. A doutrina do
montanismo criou dificuldades para a Igreja, Montano, chegou até afirmar
que estava acima da própria autoridade das Sagradas Escrituras, além de
não opor ou fazer restrição aos excessos quanto às manifestações
espirituais.
2.3 - O Afastamento da Doutrina dos
Apóstolos
Ao longo do tempo as igrejas cristãs foram se distanciando da doutrina dos
apóstolos, e foi perdendo o vigor espiritual. O autoexame da situação
exposta, fez com que surgissem vários movimentos para trazer as igrejas
contemporâneas o mesmo vigor espiritual da Igreja Primitiva.
3 - Lições e Alertas dos Primeiros Séculos
3.1 - Lidando com Exageros e Equívocos
Na Igreja de Corinto
Antonio Gilberto: Os cultos da igreja de Corinto eram notadamente
pentecostais (1Co 12; 13; 14). Segundo o apóstolo Paulo, nenhum dom
faltava a essa igreja (1Co 1.7). Todas as manifestações espirituais do
Espírito Santo tinham lugar ali (1Co 12.4); as diversidades de ministério do
Senhor Jesus (1Co 12.5); e as diversas operações do próprio Deus (1Co
12.6). No entanto, a igreja estava envolvida em diversas dissensões e litígios
(1Co 1.10; 6.1-11; 11.18), pecados morais graves (1Co 5), e DESORDEM NO
CULTO DE ADORAÇÃO A DEUS (1Co 11.17-19). Outrossim, os crentes eram
imaturos e carnais (1Co 3.1-4). A desordem era tal que o próprio culto
tornou-se um entrave para o progresso espiritual dos crentes.
A Bíblia recomenda que todos, pelo Espírito Santo, falem em línguas e
profetizem (1Co 14.5), mas que também exerçam os dons espirituais com
sabedoria, ordem e decência (1Co 14.26-33,37-49), a fim de que o nome do
Senhor seja glorificado (1Co 14.25), o incrédulo seja convertido (1Co 14.22-
25) e a igreja edificada (1Co 14.26).
O crente não é proibido de falar em línguas, nem o profeta de profetizar no
culto (1Co 14.39), contanto que seja conforme a doutrina bíblica (1Co
14.12,19,26,39). [9]
Recebemos os Dons espirituais como presentes, dádiva de Deus conforme
a vontade do Espírito Santo, e isso não depende de nós (1Co 12.11) e não
ocorre por merecimento individual. Os Dons espirituais são manifestações

do Espírito Santo em nós para edificação da Igreja, portanto, devemos
prevenir o erro do orgulho e da estagnação. Quanto a estagnação, Paulo
escreveu: "Não apagueis o Espírito" (1Ts 5.19) e quanto aos exageros é
preciso saber lidar com maturidade.
Como é que estamos condicionando a manifestação dos dons ? É preciso
cuidado com os exageros, tais como: chiados, tremores, arrepios, e
principalmente na questão do emocionalismo, pois muitas pessoas são
tomadas por movimentos que na verdade são falsificações estranhas que
não produzem nenhum fruto espiritual.
3.2 - O Contínuo Autoexame
As cartas ás sete igrejas da Ásia nos leva a fazer um Autoexame à luz da
Palavra de Deus a fim de detectar nossa real situação espiritual.
Em qual situação a igreja carece de um avivamento do Espírito Santo ?
1. Quando nela prevalece a Mornidão Espíritual
2. Quando ocorre o Esfriamento do Amor, aparência de piedade, falta de
amor pelas coisas de Deus
3. Quando prevalece o comodismo e a indiferença (Ez 37.9)
4. Quando existe a sonolência espiritual (Ef 5.14)
5. Quando prevalece a insensibilidade (Cl 4.17; 2Tm 1.6)
6. Quando prevalece o secularismo (Rm 12.2)
7. Quando defende-se o mal, em vez de atacá-lo
3.3 - O Contínuo Avivamento
Em Atos 4.29 e no texto abaixo, podemos observar que os irmãos da igreja
primitiva eram orientados a buscar o Contínuo Avivamento.
O Apóstolo Paulo recomendou aos Tessalonicenses (1Ts 5.16-23) :
16 - Regozijai-vos sempre
17 - Orai sem cessar
18 - Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus
para convosco.
19 - Não extingais o Espírito.
20 - Não desprezeis as profecias.
21 - Examinai tudo. Retende o bem.
22 - Abstende-vos de toda a aparência do mal.
23 - E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Quais são as Características de um real avivamento contínuo ?
Segundo saudoso Antonio Gilberto [9] : O avivamento espiritual de que
precisamos, como no princípio, tem como características as seguintes
expressões:
1. Contrição total pelo Espírito Santo
E neste contexto espiritual que o avivamento se instala e o Espírito
assume a primazia e predomina.

2. Amplo perdão e reconciliação
No primeiro avivamento da igreja, a Bíblia diz: "Era um o coração e a alma
da multidão dos que criam" (At 4.32)
3. Santidade de vida, dentro e fora da igreja
Se um avivamento não resultar nessa mudança de vida, tudo não passará
de mero entusiasmo, artificialismo e emoção.
4. Renovação Espiritual
Batismo com o Espírito Santo acompanhado de línguas estranhas e
manifestação dos dons espirituais.
5. Segundo o modelo da Palavra de Deus (Sl 119.25, 154)
Sem inovações descabidas; distorções ou manipulação humana.
6. Amor, zelo e freqüência à Casa do Senhor
A Casa de Deus, vem sofrendo por falta de avivamento dos que a
freqüentam.

Comentário
Pr. Éder Tomé

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